O superintendente da Polícia Federal, Erivelton Leão de Oliveira, informou em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira, que inicialmente está descartado o envolvimento de parentes do deputado Zezé Perrella (PDT) no transporte de drogas feito com o helicóptero da empresa da família. Após o pouso da aeronave, na noite de ontem, no Espírito Santo, foram apreendidos 400 quilos de cocaína
O helicóptero da Limeira Agropecuária - empresa do deputado estadual Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT), foi interceptado em uma propriedade perto do distrito de Ibicaba, próximo à cidade de Afonso Cláudio, no interior do Espírito Santo.
Quatro homens, entre eles o piloto de Perrella, foram presos em flagrante durante uma operação da Polícia Militar, que teve apoio da Polícia Federal do Espírito Santo. O piloto confirmou ao delegado que tinha autonomia para usar o veículo como "freelancer", mas que não sabia o que estava sendo transportado. Os outros três suspeitos que realizavam a descarga no momento do flagrante também alegaram não saber o que estava dentro das embalagens.
Desde quinta-feira, a fazenda estava sendo observada pelo serviço de inteligência da PM, que desconfiou da movimentação. Segundo o capitão Marcelo Vieira Hollanda, do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo Polícia Militar, o fato de o terreno ter sido comprado com dinheiro vivo por um preço três vezes maior do que valia no mercado levantou suspeitas. Na quinta-feira, uma caminhonete foi vista transportando uma galão de combustível. Outras pessoas que não eram da cidade começaram a chegar ao local.
Devido à grande quantidade de droga apreendida, a PF foi acionada pela PM. Além dos 400 quilos de cocaína, foram recolhidos R$ 18 mil em dinheiro. Foram presos o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37.
Os suspeitos estão presos e ficarão à disposição da Justiça. Se condenados, podem pegar de 3 a 15 anos por tráfico de drogas, 3 a 10 anos por associação ao crime de drogas e ainda ter um aumento de pena em 2/3 por tráfico interestadual.
O deputado informou hoje na coletiva, realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que o piloto terá que responder por roubo, já que não foi autorizado a fazer o voo. No entanto, o helicóptero também ficará apreendido à disposição da Justiça.
Com João Henquique do Vale