A rodovia BR-251 (Pedra Grande-Montes Claros) está entre as mais perigosas do estado e apresentou o segundo maior crescimento no número de vítimas entre as rodovias federais que passam por Minas Gerais. Foram 33 mortes entre janeiro e setembro do ano passado, contra 48 (45,5%) no mesmo período deste ano, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo superada apenas pela BR-267, onde o número de óbitos passou de 21 para 39 (85,7%).
O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) considera que 40,3% da via não esteja em boas condições. São 218 quilômetros considerados perigosos e que demandam atenção dos motoristas. Fica nesse trecho ruim da rodovia o km 361, onde ocorreu o acidente de ontem com 14 mortes, em Padre Carvalho, no Norte de Minas.
Ao todo, o Dnit é responsável pela manutenção e conservação de 540,8 quilômetros da BR-251. Outros 35,2 quilômetros foram delegados à Polícia Militar e ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Pelo relatório do Dnit, o trecho que não está em boas condições se encontra em manutenção e têm pista irregular, com ondulações e necessidade de restauro. A situação precária é confirmada pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou este ano as principais estradas mineiras e considerou que a via está em estado geral regular.
A última grande intervenção na via foi pelo programa de manutenção Crema 1ª Etapa, que fez a revitalização de pavimento entre 2009 e 2011, com um investimento total de R$ 25,5 milhões. Hoje, cinco contratos do Dnit com empreiteiras se encontram ativos em toda a extensão da rodovia. Quatro deles são de manutenção – tapa-buracos, supressão da vegetação e manutenção dos dispositivos de drenagem. O outro é de revitalização de pavimento.
O Dnit informou que está em fase de aprovação projeto que prevê intervenções na BR-251, nos 340,5 quilômetros entre o km 197,3 (BR-116) e o km 537,8 (Montes Claros). O edital vai prever a divisão em dois lotes, com custo estimado em R$ 800 milhões e prazo de execução de 36 meses. Segundo o órgão, trata-se de projeto de restauração com melhoramentos da rodovia, reforço e alargamento de pontes, viadutos, pista, melhorias em interseções e trechos de duplicação.