Johney Lima Santos no momento em que chega em BH depois de encontrar com o filho no RJ - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press
O vigilante Johney Lima Santos Nulhia, de 24 anos, tenta voltar a rotina novamente ao lado do filho Arthur Pietro, de 2 meses, que foi doado pela mãe, a gerente de uma loja de fast-food, Renata Soares da Costa, de 19 anosEm entrevista, ele contou que acredita que a companheira esteja doente ou que outras pessoas possam ter influenciado ela a entregar o próprio filhoTambém informou que a mulher amamentou o garoto, depois que foi transferido do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, mas que não esboçou nenhum reação de alegria e que se mostrou fria

O garoto voltou para os braços do pai na noite dessa segunda-feira depois que a farsa criada pela mãe da criança, que dizia que o bebê havia sido raptado no Centro de Belo Horizonte, foi descoberta pela Polícia CivilA criança estava com um casal de adolescentes no Rio de Janeiro que recebeu o menino de Renata nas proximidades da Rodoviária da capital mineira no último sábadoA doação, que a princípio foi espontânea, sem pagamento, foi toda negociada por meio de um site

Desde a noite de segunda-feira, Johney quase não saiu de perto do filhoOs dois estão na casa da irmã dele, em Betim, na Região Metropolitana de Belo HorizonteSegundo o vigilante, vários familiares se concentraram para ver a criançaEle foi para o Rio de Janeiro para buscar o bebê e chegou na capital mineira por volta das 0h desta terça-feiraSegundo ele, o filho não tinha nenhum machucado“A moça que recebeu ele cuidou como se fosse uma mãe mesmo, pois ele está muito bem”, contou

Logo que voltou para BH seguiu para a Divisão Especializada em Operações Especiais (Deoesp) onde o garoto foi amamentado pela mãeConforme o vigilante, ela não apresentou nenhuma reação“Ela não chorou, foi bem fria e não demonstrou alegriaPegou normalmente como se nada tivesse acontecidoEla entrou e saiu com a cabeça baixa e sem falar nada com ninguém”, dissePara Johney, a esposa pode estar com algum problema de saúde“Ainda não tive a chance de falar com ela, mas acredito que ela possa estar com algum distúrbioUma pessoa normal em sã consciência nunca faria issoOu ela está doente, ou há outras pessoa envolvidas”, comentou

Mãe do bebê segue preso no Ceresp Centro-Sul - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.PressO vigilante vai conversar com o delegado responsável pela investigação do caso para que a gerente continue amamentando o filho Renata Soares segue presa no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) Centro-SulEla vai responder por comunicação falsa de crime e subtração de criança, e pode pegar até seis anos de reclusão

Início da história

A mãe da criança procurou a polícia por volta de 14h de sábado quando ela foi ao Centro de BH comprar um presente para a cunhadaRenata disse que foi abordada por um casal de orientais, que estava acompanhado de um brasileiro armadoOs três tomaram o bebê do colo da mãe e fugiram em um carro preto.

Na versão da mulher, o rapto teria acontecido próximo à passarela do metrô da Estação da Lagoinha, no Centro de BHA mãe desceu do trem, andou pela passarela de pedestres até a esquina das ruas 21 de Abril com Oiapoque, na região dos shoppings populares

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil pressionou a mãe da criança depois de receber uma denúncia anônimaConforme o delegado Vanderson Gomes, chefe do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp), Renata confessou o crime e disse que entregou o bebê para um casal do Rio de Janeiro nas imediações da rodoviária de Belo Horizonte na tarde do último sábado

Depois da confissão da mãe, a polícia mineira acionou a Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de JaneiroCom as informações, os agentes conseguiram encontrar a criança em uma casa em Vila Valqueire, entre Jacarepaguá e BanguO casal de adolescentes foi detido

Segundo a Polícia Civil, a negociação da entrega da criança aconteceu através de um siteDesde o dia 4 de novembro, Renata trocou 97 e-mails com o casal carioca que recebeu o bebê.