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Estado de Minas

Funed analisa amostras de medicamento que pode ter causado duas mortes em Minas

O medicamento gluconato de cálcio a 10% foi suspenso na Anvisa na última semana. Secretaria de Estado de Saúde investiga outros 22 casos de pessoas infectadas


postado em 26/11/2013 20:16

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) analisa amostras de um medicamento usado como insumo na nutrição parenteral que pode ter causado a morte de duas pessoas e infecção em outras 22 em Minas Gerais. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, preventivamente, o remédio gluconato de cálcio a 10% fabricado pela indústria Isofarma, que tem sede no Ceará. Duas empresas de Belo Horizonte, que utilizam o produto, deixaram de fornecer a nutrição parenteral. Segundo os diretores das duas instituições, pacientes e hospitais já sentem a falta do material.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), 24 casos estão sob investigação em Minas Gerais. Desses, 14 foram registrados em Belo Horizonte, sendo duas mortes, sete em Uberlândia, dois em Araguari, ambas no Triângulo Mineiro, e um em Betim, na região metropolitana. Em todos os pacientes foram identificadas bactérias gram negativas.

Materiais genéticos foram colhidos e encaminhados para a Funed. A fundação informou que ainda não há um prazo para a conclusão dos trabalhos.

A infecção de pacientes também ocorreu no Paraná. Segundo a Anvisa, no último dia 15, a Vigilânica Sanitária do Paraná informou à Agência a ocorrência de 20 casos de infecção em cinco hospitais de Curitiba. Devido ao surto, o lote 33336501 do gluconato de cálcio foi suspenso.

As vigilâncias sanitárias de Minas Gerais e Paraná também interditaram de forma cautelar as três empresas que manipulam o produto. As empresas são: Nutro Soluções Nutritivas, do Paraná, e Famap- Nutrição Parenteral e Grupo Aporte- Produtos Nutricionais, de Minas Gerais.

O diretor do Grupo Aporte – Produtos Nutricionais, Wander Campos, explica que a medida é preventiva. “Ressaltamos que tudo está na fase de investigação, e nada está concluído. Tudo que está sendo feito pela Anvisa e por nós é preventivo. Ainda vai demorar algumas semanas as investigação”, comenta. Segundo Campos, a interdição foi proporcionada pois foi identificado que a empresa utilizou o mesmo lote do medicamento que a empresa do Paraná que pode ter causado a infecção.

Em Belo Horizonte, duas empresas produzem a nutrição parenteral. Conforme o diretor, muitos pacientes estão sem o produto. “Nós só temos duas farmácias em Minas Gerais, que têm sede em Belo Horizonte. Estamos com alguns clientes sendo parcialmente atendidos por empresas de outros estados e outra parte está sem a alimentação”, conta. O mesma opinião tem o diretor comercial da Famap- Nutrição Parenteral, André Carvalho. “ Na verdade os hospitais já estão em uma forma complicada com a falta do medicamento”, disse.

Carvalho explica que está aguardando o término da investigação da Anvisa para voltar a fabricar a nutrição parenteral. “Confirmando que seja o insumo (que está causando a infecção), podemos retirar o insumo e continuar a fabricação. Tambem poderíamos contratar uma outra empresa que forneça o produto”, disse.

Nutrição parenteral

A nutrição parenteral é uma solução manipulada e preparada com os elementos necessários à alimentação de pacientes em condições especiais, tanto em regime hospitalar, como ambulatorial ou domiciliar. Por ser um produto feito de acordo com as necessidades de cada paciente, a composição do nutriente muda caso a caso.


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