A recomendação do MP foi feita pelas promotoras Cláudia Ferreira de Souza e Marta Alves LarcherSegundo elas, há vários indícios de irregularidades cometidas durante o processo de elaboração dos estudos, como as licitaçõesConforme o documento, elaborado pelo órgão, a Prefeitura realizou dois processos licitatórios, com objetos distintos, para contratar as empresas que elaborariam os estudos em separado, um para a Operação Urbana Consorciada (OUC) Pedro I/Antônio Carlos e outro para o eixo Leste-OesteNo entanto, de acordo com o MP, os estudos foram unificados, resultando na elaboração de um relatório único, mas a empresa responsável por esse trabalho não havia sido contratada para tal fim.
As promotoras também apontam que a população está privadas das informações relacionadas ao projeto“Há indícios de que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) esteja realmente restringindo o acesso do público ao projeto da operação urbana Nova BH, na medida em que optou por apresentá-lo em gabinete fechado, ao procurador-geral de Justiça, ao invés de fazê-lo em audiência pública especialmente designada para esse fim, numa possível tentativa de esvaziá-la”, disse as promotoras na recomendação entregue ao Compur.
Em nota, a Prefeitura esclareceu que não há nenhuma irregularidade em ter se juntado o escopo de dois estudosA junção é consequência da decisão de se fazer uma única Operação Urbana envolvendo o eixo da Antônio Carlos e o eixo do ArrudasTambém informou que o projeto Nova BH não está sendo apresentado em gabinete fechadoA administração pública afirmou que tem apresentado o projeto para entidades de classe, entidades empresariais, lideranças de bairro, órgãos da imprensa e para a sociedade em geral.
Reunião tumultuada
Nesta quinta-feira, o Compur se reuniu para discutir o projeto
Durante a reunião, o secretário saiu para ir ao banheiro e acabou em um bate-boca com os manifestantesEle fez um gesto obsceno para o grupo e discutiu com alguns representantes, que acionaram a Policia Militar (PM)Policiais estiveram no prédio e conversaram com Faulhaber, tentando convencê-lo a comparecer na delegacia para esclarecimentos.
Ao todo, o projeto propões a reestruturação de aproximadamente 25 quilômetros quadrados ao longo das avenidas Antônio Carlos, Pedro I, avenidas dos Andradas, Tereza Cristina, e Via Expressa.
Sobre a discussão durante a reunião do Compur, a PBH afirmou que o Secretário Municipal Adjunto de Planejamento Urbano, Marcello Faulhaber, foi agredido verbalmente por uma munícipe quando se dirigia ao banheiro, o que, conforme a nota, configura o crime de desacato a servidor público no exercício de sua funçãoO secretário Marcello registrou, junto a Policia Militar, o desacato da munícipe e as ameaças que foram feitas a ele por outros três munícipes que também participaram da reunião.
A nota informa que o osecretário Marcello Faulhaber lamenta o ocorrido e pede desculpas à população de Belo Horizonte por ter reagido também verbalmente às agressões proferidas pela referida munícipe.
(Com informações de Luana Cruz e Leonardo Augusto)