Depois de um dia inteiro de manifestação, integrantes de movimentos sociais deixaram o Centro de Belo Horizonte na noite desta quinta-feira. O grupo chegou a fechar a Avenida Afonso Pena, em frente a prefeitura, por mais de seis horas. Em seguida, foram para a Praça Sete e fecharam o cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas. O protesto causou um grande nó no trânsito da capital, principalmente no hipercentro.
De acordo com a BHTrans, aproximadamente 300 manifestantes participaram do protesto. Os membros das ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória, que ficam na Granja Werneck, Região Norte de Belo Horizonte, querem pressionar a PBH para participar da mesa de negociações com o governador Antonio Anastasia para discutir a situação das famílias que vivem nos locais.
Os moradores se concentraram, durante a manhã, na Rua Atanásia dos Jardins, no Bairro Jaqueline. Em seguida saíram em passeata em direção ao Centro de BH. Durante a caminhada, eles fizeram uma parada de 15 minutos na praça que fica no cruzamento da Avenida Sebastião de Brito, no Bairro Dona Clara. Na altura do Hotel Ouro Minas, pelo menos 30 moradores da Ocupação William Rosa, de Contagem, na Grande BH, se uniu aos manifestantes.
Durante o trajeto pela Cristiano Machado, eles mantiveram uma ou duas faixas liberadas no sentido Centro, o que deixou o trânsito lento. Por volta das 11h15, as famílias estavam sobre o viaduto perto do túnel e entraram na Avenida Silviano Brandão. Por volta das 12h30, eles alcançaram a Praça Sete e fecharam os cruzamentos das avenidas Afonso Pena e Amazonas por alguns minutos. Em seguida, seguiram para a porta da PBH.
Eles chegaram a fechar os dois sentidos da Avenida Afonso Pena, porém, às 14h31, a pista em direção a Rodoviária foi liberado. Mesmo assim, houve retenção na Avenida Amazonas, Contorno com Viaduto Leste, Avenida dos Andradas, no cruzamento entre as ruas Bahia e Caetés e na Avenida Bias Fortes com Espírito Santo.
Outras manifestações
Servidores estaduais fecharam a MG-010 no fim da manhã, no sentido Confins/Belo Horizonte. Ele queimaram pneus para impedir a passagens de veículos. De acordo com a assessoria do Sindicato dos Servidores da Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindipol), que participa do protesto, o grupo repudia a possibilidade de extinção do Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (FUNPEMG), que está para ser votada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O fundo é a parte do Regime Próprio de Previdência Social do Estado de Minas Gerais que assegura, desde o início de 2013, as aposentadorias e as pensões dos servidores públicos estaduais efetivados após 31 de dezembro de 2001.
Trabalhadores da construção civil também estão mobilizados em plena campanha salarial 2013/2014. Nesse ano a campanha salarial é unificada e conta com a participação dos sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Minas Gerais, Feticom-MG. Alguns funcionários de uma obra na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fecharam a Avenida Presidente Antônio Carlos em frente ao câmpus, conforme informou o Batalhão de Trânsito da PM.
Por volta de 7h30, metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região fecharam os dois sentidos da Avenida Olinto Meireles, próximo ao viaduto da Mannesmann, no Barreiro. Os trabalhadores colocaram fogo em pneus e em pedaços de madeira para fechar a via. “Vamos parar várias fábricas e fechar rodovias para pressionar as negociações", disse o diretor do sindicato local, Geraldo Valgas. Em campanha salarial há três meses, a categoria reivindica aumento salarial de 9% sem o bancos de horas, manutenção da convenção coletiva, entre outros.