A gerente de lanchonete Renata Soares da Costa, de 19 anos, que confessou ter doado o próprio filho de dois meses de idade, deixou o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte, por volta das 17h30 desta sexta-feiraNa saída, a mulher se desculpou e disse que vai lutar pela guarda do filho.
Renata estava acompanhada da advogadaEla pediu desculpas ao pai da criança, o vigilante Johney Lima Santos Nulhia, de 24 anos“Quero pedir perdão a Deus e ao meu filhoPeço desculpas à minha família e ao JohneyMe arrependo demais, foi um ato inconsequente, mas estou pagando por tudo que fiz”, afirmou.
Em relação ao filho, a gerente afirmou que vai lutar pela guarda“A distância do meu filho é o que mais dóiAcho que a distância de Johney é irreversívelDo meu filho, eu vou correr atrás, ele nunca deixou de ser meu filho e nunca vai deixar de serVou brigar por ele até o último dia da minha vida”, disse chorandoAo falar sobre os motivos que a fizeram doar a criança, ela foi impedida pela defensora.
O vigilante Johney Nulhia, afirmou que perdoa a ex-companheira, mas não quer mais um relacionamento com ela
Mais cedo, a advogada de Renata, Claudinéia de Souza Gonçalves de Araújo, informou que a cliente não deve seguir para casa por medo de ser linchada por vizinhos“Vamos arrumar um lugar seguro para ela ficar”, disseA defensora afirmou que a mulher deve conceder entrevista ainda nesta noite para dar sua versão sobre o caso
O pedido de liberdade provisória foi feito nessa quarta-feiraA defesa argumentou que a gerente é ré primária, tem bons antecedentes, não é dotada de periculosidade e tem o direito de amamentar a criançaA advogada também afirmou, no pedido, que sua cliente poderia ser punida com outra medida que substituísse a prisão
Depois que a mulher confessou que doou o filho porque tem dúvida sobre a paternidade, o vigilante Johney Nulhia, de 24 anos, realizou um exame de DNAO resultado deve ficar pronto na próxima semanaMesmo depois do depoimento da mulher, a Polícia Civil não descarta a existência de outros motivos para a simulação do sequestroPor isso, a corporação vai seguir com o inquérito, incluindo a realização de diligências no estado do Rio de Janeiro
Entenda o caso
A mãe da criança procurou a polícia por volta de 14h de sábado, quando estava no Centro de BH para comprar um presente para a cunhadaRenata disse que foi abordada por um casal de orientais, que estava acompanhado de um brasileiro armadoOs três tomaram o bebê do colo da mãe e fugiram em um carro preto.
Na versão da mulher, o rapto aconteceu próximo à passarela do metrô da Estação da Lagoinha, no Centro de BHA mãe desceu do trem, andou pela passarela de pedestres até a esquina das ruas 21 de Abril com Oiapoque, na região dos shoppings populares
Na última segunda-feira, a Polícia Civil pressionou a mãe da criança depois de receber uma denúncia anônimaConforme o delegado Vanderson Gomes, chefe do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp), Renata confessou o crime e disse que entregou o bebê para um casal do Rio de Janeiro nas imediações da rodoviária de Belo Horizonte, na tarde do último sábado
Depois da confissão da mãe, a polícia mineira acionou a Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de JaneiroCom as informações, os agentes conseguiram encontrar a criança em uma casa em Vila Valqueire, entre Jacarepaguá e BanguO casal de adolescentes foi detido
Segundo a Polícia Civil, a negociação da entrega da criança aconteceu através de um siteDesde o dia 4 de novembro, Renata trocou 97 e-mails com o casal carioca que recebeu o bebê