A Polícia Militar está contabilizando e reunindo dados sobre o confronto entre as torcidas organizadas Pavilhão Independente e Máfia Azul, que cancelou a festa do tricampeonato brasileiro do Cruzeiro. no domingo, e causou destruição no entorno do Mineirão. De acordo com a coronel Cláudia Romualdo, comandante do policiamento da capital, a corporação deve se reunir com a Polícia Civil e Ministério Público de Minas Gerais, na tarde desta segunda-feira, para divulgar em entrevista coletiva o balanço de presos e feridos na briga. A PM vai pedir à promotoria, por meio de um relato completo das ocorrências, a extinção das duas agremiações.
Conforme o comandante do Policiamento Especializado da Polícia Militar, coronel Antônio de Carvalho, até 5h desta segunda-feira ainda havia ocorrências relacionadas ao jogo entre Cruzeiro e Bahia sendo registradas. A assessoria de imprensa da PM informou que o número de presos, somente na confusão entre torcidas, ficou perto de 30, mas os dados oficiais serão divulgados mais tarde. Em outras ocorrências antes do jogo foram presas 54 pessoas flagradas brigando, furtando ou extorquindo motoristas no entorno do estádio para guardar os carros.
O grande tumulto começou por volta das 19h30 na Avenida Abrahão Caram – próximo à passarela de ligação com o Mineirinho e portão G3 –, quando membros de duas facções organizadas entraram em novo conflito. Uma multidão de torcedores tentou se proteger correndo em direção ao portão Norte. Os vândalos se dissiparam apenas com a chegada do batalhão de choque da PM, que fez um cordão de isolamento – além do uso de balas de borracha e gás lacrimogênio. Minutos antes o ônibus com a delegação do Bahia deixou o estádio sob uma chuva de copos e objetos lançados entre a multidão. No meio do tumulto, muitos torcedores se feriram e tiveram de ser socorridos na própria calçada.
Para conter o tumulto, a PM fez dois cordões de isolamento na Abrahão Caram, deixando a área sob a passarela livre. Algumas pessoas tentaram furar o bloqueio em direção ao trio elétrico e policiais tiveram de usar a força. Vândalos revidaram lançando objetos como latas de cerveja. No meio do conflito, seguranças da Minas Arena isolaram o acesso próximo ao portão G3. A ordem era não deixar entrar ninguém.
Reincidentes
Não é a primeira fez que as duas agremiações se enfrentam. Uma briga entre membros das torcidas organizadas Pavilhão Independente e Máfia Azul no último clássico contra o Atlético, no Independência, levou o Cruzeiro a perder dois mandos de campo em julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A primeira partida da punição já foi cumprida, já a segunda será na primeira rodada do Brasileirão do ano que vem.
(Com informações de Bruno Freitas)