O confronto entre as torcidas organizadas Pavilhão Independente e Máfia Azul, no entorno do Mineirão, terminou com 22 presos no domingoAlém dos envolvidos na briga e das depredações, outras 28 pessoas foram detidas por crimes considerados pela Polícia Militar (PM) como de menor potencial ofensivoAo todo, foram registrados 18 boletins de vandalismo, agressão, furtos, além de atividade ilícitas dos cambistas, ambulantes e flanelinhasA PM, por meio do assessor de comunicação, tenente-coronel Alberto Luiz, divulgou o balanço de ocorrências relacionadas ao jogo entre Cruzeiro e Bahia pelo Campeonato BrasileiroO militar também apontou falhas na organização.
Diferentemente do que foi informado mais cedo pela coronel Cláudia Romualdo, comandante do policiamento da capital, a corporação desistiu de uma entrevista coletiva para divulgar os númerosDe acordo com o tenente-coronel, um documento detalhado com relatos do confronto será entregue ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ainda nesta segunda-feiraEle preferiu não comentar sobre pedido de extinção das duas torcidas organizadas, mas a possibilidade já havia sido levantada pelo comandante do Policiamento Especializado da Polícia Militar, coronel Antônio de CarvalhoFicará a cargo do MPMG decidir se fará o pedido à Justiça“A promotoria vai avaliar o que a lei diz, o que o Estatuto do Torcedor prevê e vai adotar providências”, afirma Alberto Luiz.
O tumulto entre as agremiações começou por volta das 19h30 na Avenida Abrahão Caram – próximo à passarela de ligação com o Mineirinho e portão G3 –, quando membros de duas facções organizadas entraram em novo conflitoUma multidão de torcedores tentou se proteger correndo em direção ao portão NorteOs vândalos se dissiparam apenas com a chegada do batalhão de choque da PM, que fez um cordão de isolamento – além do uso de balas de borracha e gás lacrimogênio
Para Alberto Luiz, a punição rígida é a solução“Tem que ter punição, identificar quem promoveuEssas suspensões de ficar alguns dias fora de jogos do Mineirão é muito suaveA pessoa tem que responder por uma coisa mais graveO cara que dá um soco no rosto de outro, que vai com a intenção de depredar, precisa realmente se sentir penalizado", afirma o assessor da PM.
Falhas na organização
De acordo com o tenente-coronel, as falhas na organização do evento também serão repassadas para o MPMGSegundo ele, houve uma mobilização para preparar a segurança do jogo e os protocolos para planejamento da festa do lado de fora não foram seguidosConforme Alberto Luiz, um comitê formado pela PM, Polícia Civil, prefeitura e bombeiros se reúne para preparação de eventos e jogosEsse grupo se juntou para programar o esquema montado para a partida no estádio, mas a comemoração na ruas não estava relatada.
“A PM, apesar de cientificada sobre a festa, não decide sozinha sobre o planejamento em via pública onde se reúne quase 40 mil pessoas”, disse o tenente-coronelO número relatado se trata apenas de torcedores reunidos no entorno do Mineirão, porque dentro do estádio havia cerca de 50 mil, segundo o militar.
“Estavam distribuindo cerveja de forma inadequada
Conforme o balanço da PM, cinco militares ficaram feridos, sendo o caso mais grave de um policial atingido na cabeçaOs outros feridos durante o conflito das organizadas não foram contabilizados nos boletins de ocorrência, porque segundo o tenente-coronel Alberto Luiz, foram socorridos de forma dispersa.
Números
No domingo, o Comando do Policiamento Especializado divulgou um dado parcial de 54 presos em ocorrência no entorno do estádioNa manhã desta segunda-feira, a assessoria de imprensa da PM informou que o número de presos, somente na confusão entre torcidas, ficou perto de 30O balanço divulgado pelo coronel Alberto Luiz será considerado como número oficial da partida.
Ônibus
Segundo o balanço do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), 127 ônibus foram depredados no domingo, antes e depois da partida no MineirãoDos 35 carros solicitados pela BHTrans para o serviço especial do torcedor, sete foram quebradosA linha mais atingida foi a 6350 (Estação Vilarinho/Estação Barreiro/Via Anel Rodoviário), com 11 carros quebradosTambém foram muito atacadas as 2004 (Bandeirantes/Pilar/Olhos D’Água) e a 2215 C (Céu Azul), cada uma com sete ônibus destruídosOs acessórios mais danificados foram os forros de teto, vidros, portas, janelas e alçapõesO prejuízo médio, por ônibus, é de R$ 1 mil.