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Estado de Minas

Aguapés voltam a invadir Lagoa da Pampulha

Balsa que remove plantas está estragada e chuvas contribuem para a expansão da praga


postado em 03/12/2013 06:00 / atualizado em 03/12/2013 07:11

Segundo a PBH, problema só será resolvido com despoluição da lagoa. O mesmo vale para represa da Petrobras, em Ibirité(foto: Fotos: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Segundo a PBH, problema só será resolvido com despoluição da lagoa. O mesmo vale para represa da Petrobras, em Ibirité (foto: Fotos: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Os aguapés estão de volta à Lagoa da Pampulha. Quatro anos depois da última retirada em larga escala das plantas, o espelho d’água de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte voltou a ser infestado pelo vegetal, que se desenvolve rapidamente em águas poluídas. A maior concentração da planta na Pampulha pode se vista principalmente na região próxima à entrada para o Bairro Bandeirantes mas, com o vento e as chuvas dos últimos dias, os aguapés podem ser vistos em blocos por toda a lagoa.

Segundo o secretário municipal da Regional Pampulha, Humberto Pereira de Abreu Júnior, o aumento do volume de aguapés ocorreu porque a balsa usada para a retirada das plantas ficou cinco meses parada com problemas no motor. De acordo com o secretário, os vegetais nunca deixaram de existir, mas a infestação aumentou com a redução da coleta, que passou a ser feita manualmente. “Só retomamos as operações com a balsa há cerca de 30 dias”, afirmou.

Ele acrescentou que o fim dos aguapés na lagoa só vai ocorrer quando o esgoto de Contagem, na Grande Belo Horizonte, que é despejado na Pampulha, passar a ser tratado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). “Esperamos que até junho esse problema esteja resolvido”, diz. A prefeitura e o governo do estado mantêm hoje na Pampulha três dragas empregadas na retirada de entulho do fundo da lagoa. Ontem, uma equipe de técnicos da prefeitura em terra e em um bote trabalhavam no controle de assoreamento. A prefeitura quer a lâmina d’água com dois metros e meio. Em alguns pontos, a profundidade é de oitenta centímetros.

Quem passa pela lagoa afirma que a quantidade de aguapés no espelho d’água aumentou nos últimos três dias. “E ainda falam em deixar a lagoa bonita para a Copa de 2014”, desconfia o segurança Alexandre Antinarelli, de 50 anos, que faz caminhada três vezes por semana no entorno da represa. “Só Deus para dar jeito aqui. E olhe que o dinheiro gasto é muito alto”, completa a mulher de Alexandre, Margareth Lisboa Antinarelli.

MESMO DRAMA

Os aguapés não são problema apenas da Pampulha. Na Lagoa da Petrobras, que fica nos municípios de Ibirité e Sarzedo, na Grande BH, a situação é ainda mais crítica. O espelho d’água praticamente desapareceu com a alta incidência das plantas. Os motoristas que passam pela rodovia Ibirité-Sarzedo, que margeia a lagoa, têm a impressão de que no lugar da água existe agora um campo de futebol gramado.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Ibirité, todo o esgoto da cidade é despejado na lagoa, criando as condições para o aumento da quantidade de aguapés. Assim como na Pampulha, ainda de acordo com a assessoria, o volume das plantas só será reduzido quando for iniciado o tratamento do esgoto da cidade pela Copasa, o que deve acontecer em dois anos e meio, prazo para conclusão de obras da estatal no município. Para reduzir a incidência das plantas na lagoa até o início do tratamento do esgoto pela Copasa, a Petrobras se comprometeu a adquirir uma balsa apelidada de Papa-Aguapé. O equipamento recolhe os vegetais e, em seguida, os tritura. Ao final, o material pode ser usado como adubo.


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