Os aguapés estão de volta à Lagoa da PampulhaQuatro anos depois da última retirada em larga escala das plantas, o espelho d’água de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte voltou a ser infestado pelo vegetal, que se desenvolve rapidamente em águas poluídasA maior concentração da planta na Pampulha pode se vista principalmente na região próxima à entrada para o Bairro Bandeirantes mas, com o vento e as chuvas dos últimos dias, os aguapés podem ser vistos em blocos por toda a lagoa.
Segundo o secretário municipal da Regional Pampulha, Humberto Pereira de Abreu Júnior, o aumento do volume de aguapés ocorreu porque a balsa usada para a retirada das plantas ficou cinco meses parada com problemas no motorDe acordo com o secretário, os vegetais nunca deixaram de existir, mas a infestação aumentou com a redução da coleta, que passou a ser feita manualmente“Só retomamos as operações com a balsa há cerca de 30 dias”, afirmou.
Ele acrescentou que o fim dos aguapés na lagoa só vai ocorrer quando o esgoto de Contagem, na Grande Belo Horizonte, que é despejado na Pampulha, passar a ser tratado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa)“Esperamos que até junho esse problema esteja resolvido”, dizA prefeitura e o governo do estado mantêm hoje na Pampulha três dragas empregadas na retirada de entulho do fundo da lagoaOntem, uma equipe de técnicos da prefeitura em terra e em um bote trabalhavam no controle de assoreamentoA prefeitura quer a lâmina d’água com dois metros e meioEm alguns pontos, a profundidade é de oitenta centímetros.
Quem passa pela lagoa afirma que a quantidade de aguapés no espelho d’água aumentou nos últimos três dias“E ainda falam em deixar a lagoa bonita para a Copa de 2014”, desconfia o segurança Alexandre Antinarelli, de 50 anos, que faz caminhada três vezes por semana no entorno da represa
MESMO DRAMA
Os aguapés não são problema apenas da PampulhaNa Lagoa da Petrobras, que fica nos municípios de Ibirité e Sarzedo, na Grande BH, a situação é ainda mais críticaO espelho d’água praticamente desapareceu com a alta incidência das plantasOs motoristas que passam pela rodovia Ibirité-Sarzedo, que margeia a lagoa, têm a impressão de que no lugar da água existe agora um campo de futebol gramado.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Ibirité, todo o esgoto da cidade é despejado na lagoa, criando as condições para o aumento da quantidade de aguapésAssim como na Pampulha, ainda de acordo com a assessoria, o volume das plantas só será reduzido quando for iniciado o tratamento do esgoto da cidade pela Copasa, o que deve acontecer em dois anos e meio, prazo para conclusão de obras da estatal no municípioPara reduzir a incidência das plantas na lagoa até o início do tratamento do esgoto pela Copasa, a Petrobras se comprometeu a adquirir uma balsa apelidada de Papa-AguapéO equipamento recolhe os vegetais e, em seguida, os trituraAo final, o material pode ser usado como adubo.