Jornal Estado de Minas

Primeiro casamento coletivo de MG celebrará união de 61 casais; maioria são mulheres

Serão 61 casais celebrando a conversão de união estável homoafetiva em casamento de forma administrativa no dia 11 de dezembro na sede da Defensoria Pública do Estado

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Dos 61 casais que vão festejar o casamento homoafetivo coletivo de Minas Gerais no próximo dia 11, na sede da Defensoria Pública do Estado, 13 são formados por homens e o restante por mulheres
Maior parte dos casais já está junto há muitos anos e só agora teve a oportunidade de celebrar a uniãoMuitos deles, de acordo com a defensoria, não conhecia os direitos e além de oficializar o casório, recebe orientação jurídica para situações particularesEsse é o perfil da turma que festejará a conversão de união estável homoafetiva em casamento de forma administrativa na semana que vem.

Cerca de 600 convidados vão participar do evento, às 15h30, com direito a bolo e muita comemoraçãoOs casamentos vão acontecer na Rua Bernardo Guimarães, 2640, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo HorizonteEm 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheresConforme a defensoria, na prática, a união homoafetiva foi reconhecida como um núcleo familiar

“O mutirão é para o público tomar conhecimento e para toda sociedade mineira refletir sobre o temaQueremos contribuir para mostrar que todos, independente das escolhas ou de qualquer situação, tenham direitos garantidos”, afirma coordenadora da Defensoria de Família e Sucessões da capital, Paula Regina Fonte Boa Pinto

De acordo com a defensora, a procura de casais pelo durante o mutirão foi grande“Curiosamente a grande maioria é de casais juntos há muitos anos
São pessoas que tem situação jurídica que não está regularizadaOs estado não conhece esse número e as pessoas têm direitos que não estão sendo devidamente resguardados”, afirma Paula Regina

No ato da inscrição, os casais receberam orientação jurídica para entrar com a documentação necessária no cartório, que emitirá as certidões com data do dia 11 de dezembroDurante o processo, os casais levaram suas duas testemunhas ao cartório, passaram pelos proclames e agora serão certificados na festa da defensoriaO momento simbólico, será a entrega das certidões

Segundo Paula Regina , o Mato Grosso e Rio de Janeiro já tiveram iniciativas parecidas, mas nada tão grande quanto o casamento coletivo em MinasPara ela, essa é uma chance de dar visibilidade aos direitos dos casais homoafetivos“Até eles desconheciam que tinham alguns direitos, por isso demos orientações jurídicas”, conclui a coordenadora.

A madrinha do mutirão é a cantora Daniela Mercury, que participou de campanha na época em que estavam abertas as inscrições para o casamento comunitárioEla não cobrou para gravar o vídeoVeja: