Jornal Estado de Minas

Servidores protestam contra "congelamento" da Polícia Federal

Em manifestação montada na porta da Superintendência Regional, no Gutierrez, eles tentaram alertar a população sobre os mecanismos usados pelo governo para supervisionar previamente as investigações sobre corrupção

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri

- Foto: Leandro Couri/EM DA Press

Os policiais federais fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira na porta da Superintendência Regional da corporação no Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo HorizonteA categoria protesta contra o “congelamento” da Polícia Federal e acusam o governo de tentar barrar apurações de casos de corrupçãoEles querem alertar a população sobre mecanismos usados pelo Governo para “supervisionar previamente as investigações que envolvam políticos”Com simbologia, os profissionais colocaram os distintivos sobre pedras de geloos policiais aproveitaram a possibilidade de que o condenado pelo mensalão, ex-diretor do Banco Rural Vinicius Samarane, pode se entregar na delegacia e chamaram atenção.

- Foto: Leandro Couri/EM DA PressSegundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), há uma “notória retaliação às operações anticorrupção que aparentemente abalaram os bastidores políticos do país”Conforme a Fenapef, nos últimos três anos a PF tem sido engessada com o corte expressivo de recursos, e com a desvalorização institucional dos agentes federaisAlém disto, foram criados mecanismos para supervisionar previamente as investigações que envolvam políticos.

A federação apresentou dados do Sistema Nacional de Informações Criminais para sustentar o protesto de “congelamento” das atividades nos últimos sete anosEm relação aos indiciamentos pelos crimes de quadrilha ou bando, geralmente relacionados ao crime organizado, a atuação da PF despencou de 4.941 indiciados em 2007, para apenas 759 em 2013, até o mês de novembro

Sobre os crimes de peculato, apropriação ou desvio de recurso público por servidores a queda também foi expressiva, de 1.085 indiciados em 2007, para 185 em 2013, até o final do mês de novembroO crime colarinho branco (emprego irregular de verbas públicas) caiu de 31 indiciamentos, em 2007, para apenas um em 2013 A Fenapef também apresentou a redução de investigações em casos de cobrança de propina, corrupção passiva e lavagem de dinheiro