Jornal Estado de Minas

Policiais acusados de duas mortes no Aglomerado da Serra serão julgados na sexta

Jonas David Rosa e Jason Ferreira Paschoalino são acusados de assassinar tio e sobrinho a tiros em fevereiro de 2011,

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri

Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa respondem por homicídio duplamente qualificado e de posse irregular de dois revólveres - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press e Renato Weil/EM/D.A Press

Serão julgados na sexta-feira, às 8h39, no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette em Belo Horizonte, os ex-policiais militares acusados da morte de dois moradores no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo HorizonteJonas David Rosa e Jason Ferreira Paschoalino, acusados de assassinar tio e sobrinho a tiros em fevereiro de 2011, estão presos respectivamente na Penitenciária Jason Soares Albergaria, no Bairro Primavera, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH

A sessão do júri será presidida pelo juiz Ronaldo VasquesO Ministério Público será representado pelo promotor Christiano Leonardo Gonzaga GomesA previsão é de que sejam ouvidas 20 testemunhas, sendo cinco de acusação e 15 de defesa.

Jonas e Jason são acusados de atira contra o auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e o sobrinho dele, o adolescente Jeferson Coelho da Silva, de 17, durante uma operação policial no aglomerado no dia 19 de fevereiro de 2011Os soldados respondem por homicídio duplamente qualificado e de posse irregular de dois revólveres com numeração raspada, que teriam sido colocados no local do crime para justificarem o ataqueO cabo Fábio de Oliveira, de 45 anos, também teria participado das execuções, mas foi encontrado morto na cadeia dias depois da prisão

De acordo com a denúncia do Ministério Público, que o crime contra Renilson foi cometido “sem qualquer razão útil ou necessária”, e com uso de recurso “que impossibilitou por completo” a defesa da vítimaAinda segundo a denúncia, a morte do adolescente ocorreu para assegurar a impunidade do primeiro homicídio e foi também cometida mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Durante a instrução do processo, foram ouvidas 24 testemunhas, além dos dois acusadosA defesa argumentou que os militares agiram em legítima defesa e em cumprimento do “dever legal e do exercício regular do direito”Os policiais foram pronunciados em outubro de 2011

Jonas Rosa e Jason Paschoalino foram exonerados por cometerem transgressões e violações no código de ética da Polícia Militar.