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Estado de Minas

Sindicato repudia violência e vandalismo durante protesto da construção civil em BH

Grevistas invadiram prédio em construção e depredaram a obra na Pampulha na quarta-feira. Um idoso tentou passar pelo bloqueio na Abrahão Caram e foi agredido


postado em 05/12/2013 07:10 / atualizado em 05/12/2013 07:19

O auxiliar de engenharia Emanuel Fuscald mostra pedras quebradas durante invasão(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
O auxiliar de engenharia Emanuel Fuscald mostra pedras quebradas durante invasão (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


Após seis dias de greve, trabalhadores da construção civil protestaram ontem nos canteiros de obras de Belo Horizonte, o que terminou em quebra-quebra em alguns pontos. Na Pampulha, um idoso foi agredido ao tentar furar o bloqueio que um grupo de 300 operários fazia nos dois sentidos da Avenida Abrahão Caram. Parte de um prédio residencial em uma rua próxima também foi destruído. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de BH e Região (Stic-BH), Vilson Valdez, disse que caso as negociações não avancem, a categoria vai promover uma revolta parecida com a de 1979, quando um trabalhador morreu e 50 pessoas ficaram feridas. “Vamos repetir aquilo porque os patrões se negam a discutir as nossas 50 reivindicações”, disse.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) repudiou a violência durante o protestos dos trabalhadores ontem e anunciou que estuda medidas legais contra os responsáveis pelos danos. O vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sinduscon-MG, Walter Bernardes de Castro, disse que a entidade denunciou o uso de violência na sexta-feira. “O direito de greve é sagrado, mas se o trabalhador não quer parar, o direito dele tem que ser garantido. A ação não está de acordo com o estado de direito e prejudica o próprio trabalhador”, disse Castro. O dirigente garante que há um processo de negociação entre patrões e empregados.

Os operários pedem melhorias nas condições de trabalho e mais segurança, o fim da terceirização de canteiros de obras, almoços e café da tarde e pisos salariais para todos os cargos. A estimativa é que 90 mil dos 150 mil trabalhadores da capital estejam paralisados desde quinta-feira. Parte deles saiu ontem às ruas para pedir adesão de mais pessoas. A primeira confusão começou na Rua Arthur Itabirano, no Bairro São Luiz, na Pampulha, onde 50 operários se negaram a parar uma obra. Os grevistas invadiram o prédio em construção e, segundo as vítimas, roubaram ferramentas e destruíram tubulações e sistemas hidráulico e elétrico. “Parecia guerra. Jogaram até escada pelo muro e ameaçaram agredir os funcionários. Falaram que se a gente não paralisasse, iam quebrar tudo e que amanhã (hoje) colocariam fogo no edifício”, contou o auxiliar de engenharia Emanuel Fuscald. O prejuízo foi estimado em R$ 30 mil, além do atraso na entrega dos apartamentos.

Em seguida, o grupo fechou a Avenida Abrahão Caram, em frente a entrada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nos dois sentidos, onde também houve tumulto. Um idoso tentou passar pelo bloqueio, mas teve o carro amassado e foi agredido. Os trabalhadores entraram na UFMG, onde protestaram em frente a dois canteiros de obra. O Stic-BH informou que a manifestação era pacífica, mas houve tumulto quando a categoria tentou atravessar a avenida porque motoristas não queriam parar o trânsito. A Polícia Militar acompanhou a manifestação, mas ninguém foi detido. Outros grupos de operários fizeram paralisações na Região Central e nos bairros Belvedere e Buritis.

(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


ELETRICITÁRIOS Em greve há 10 dias, os eletricitários fecharam ontem a Avenida Barbacena, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul, e impediram a entrada de funcionários no prédio da Cemig. O Sindicato dos Eletricitários e Minas Gerais (Sindieletro-MG) diz reivindicar um pacto de segurança e saúde que evite acidentes com mortes e mutilações. Somente neste ano, foram cinco mortos e quatro feridos no estado, segundo o sindicato. “A Cemig ofereceu apenas 5,8% de reajuste e iniciou demissões em meio a greve. Fechamos a rua para pedir uma abertura de negociação”, explicou o diretor da entidade Arcanjo Queiroz. Uma comissão foi recebida pela empresa para discutir um acordo. A Cemig informou que as negociações continuam e as paralisações não afetaram atendimento e fornecimento de energia aos usuários.
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