Jornal Estado de Minas

Defesa tenta liberdade para ex-delegado acusado de matar namorada

Geraldo do Amaral Toledo Neto, de 40 anos, foi ouvido nessa quarta-feira em audiência no Fórum de Ouro Preto. Nova sessão está marcada para dia 11 de dezembro e enquanto isso, os advogados tentam habeas corpus. O crime contra Amanda Linhares dos Santos, de 17 anos, foi em abril deste ano

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Toledo e Amanda mantinham um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais - Foto: Reproducao da internet / www. Facebook .com -
A defesa do ex-delegado da Polícia Civil Geraldo do Amaral Toledo Neto, de 40 anos, está tentando, por meio de um habeas corpus, a liberdade para o acusado de matar a namorada Amanda Linhares dos Santos, de 17 anosO ex-policial foi ouvido nessa quarta-feira em audiência no Fórum de Ouro Preto, onde tramita o processo, e está marcada para dia 11 de dezembro, às 14h, nova sessão de instrução e julgamento para o casoToledo está preso na Penitenciária Jason Soares Albergaria, no Bairro Primavera, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH

O pedido de soltura pode ser julgado ainda esta semanaEm novembro, Toledo teve uma derrota na Justiça quando foi indeferido o pedido de relaxamento de prisão feito pelos advogadosO ex-delegado foi oficialmente expulso da corporação em 16 de outubro, não pelo crime contra a adolescenteO desligamento dele se deu pelas investigações da Corregedoria da Polícia Civil de fraudes de que é acusado de praticar quando esteve à frente da delegacia do Detran, em Betim, na Grande BH.

Naquele período, a Corregedoria apurou fraudes praticadas quando Toledo era delegado titular da circunscrição do Detran em BetimEle foi preso naquele ano, em São Joaquim de Bicas, acusado de receptação, formação de quadrilha e falsidade ideológicaDesde 2002, ele já respondia a processo por suspeita de irregularidade no licenciamento de veículosA comissão confirmou, somente agora, que ele providenciou o registro e licenciamento de duas motocicletas com motores e chassis de procedência irregularesUm dos veículos tinha chassi com registro de roubo em outro estado.

Quando Amanda foi baleada, em abril deste ano, Toledo já respondia a nove sindicâncias, dez inquéritos e dois processos administrativos na Corregedoria
Ele havia sido indiciado por lesão corporal contra a adolescente com quem mantinha um relacionamento amorosoNatural de Pouso Alegre, o delegado atuou, além do Detran, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e na Delegacia de Atendimento à Pessoa Deficiente e ao Idoso.

Crime contra Amanda

O crime contra a adolescente aconteceu no dia 14 de abril deste anoAmanda e Toledo brigaram e a jovem foi baleada na cabeçaTestemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de MinasO delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais

Pela versão do delegado, Amanda tentou se matar, mas provas periciais derrubam essa hipóteseExames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvoraSegundo as investigações, Toledo buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto

Após o tiro, o delegado abandonou Amanda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado
Amanda foi transferida para o Hospital João XIII, onde morreu em 3 de junho, após 51 dias internada.

Reconstituição do crime. Momento em que ex-delegado deixa a jovem ferida na UPA - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press