Landercy Hemerson
O Ministério Público estadual se prepara para analisar inquérito da Corregedoria da Polícia Civil que indiciou pelo menos 120 servidores públicos, muitos deles policiais, por receber recursos destinados à banca examinadora do Departamento de Trânsito (Detran-MG). A investigação foi concluída pela corregedoria e enviada à Justiça, como confirmou no sábado a assessoria da Polícia Civil. Ontem, a assessoria do Ministério Público informou que o inquérito deve ficar a cargo de promotores do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário (CAO-DH). Segundo o MP, integrantes do CAO-DH não farão comentários antes da decisão de oferecer ou não denúncia por considerarem o assunto “delicado”.
Segundo as investigações da corregedoria, iniciadas há oito anos, muitos dos indiciados receberam benefício que seria exclusivo de examinadores do Detran-MG entre os anos de 2001 e 2003. De acordo com uma fonte da Polícia Civil, os nomes de alguns deles eram incluídos na relação da banca examinadora, que avalia os candidatos para a tirar a carteira nacional de habilitação (CNH), para que eles tivessem um complemento no salário. Outros indiciados receberiam recursos por fazer parte de uma comissão fiscalizadora da banca, que foi considerada sem amparo legal pela corregedoria.
A assessoria da Polícia Civil informou que o chefe da corporação, Cylton Brandão da Matta, deve falar sobre o caso esta semana. Ontem, o diretor do Detran-MG, Santiago Oliveira Maciel, foi novamente procurado pela reportagem do EM, mas não retornou os recados deixados em seu telefone celular nem se manifestou por meio da assessoria da polícia. Na época dos pagamentos investigados, ele ocupava o cargo de coordenador de Apoio Administrativo do Detran-MG.