Jornal Estado de Minas

Museu de Ciências Naturais da PUC será reaberto com exposição do corpo de Idi Amin

Local, que volta a funcionar nesta sexta-feira, estava fechado desde janeiro após incêndio que destruiu parte relevante do acervo presente no segundo andar. Outras exposições permanecem nos mesmos locais

Antigo habitante do zoológico de BH foi empalhado e será exposto ao público - Foto: Rodrigo Clemente/Esp.EM/DA.press

Fechado para visitação há cerca de 11 meses, o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas será reaberto nesta sexta-feira, após a obra de revitalização do local, atinigido por um incêndio de grandes proporções em janeiro deste anoCom a novidade da exposição do corpo do gorila Idi Amin, famoso habitante do zoológico da capital, a instituição espera recuperar o tempo perdido, quando o museu deixou de receber quase 50 mil visitantes.

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O incêndio, que atingiu uma área total de 150m², foi iniciado por causa de uma falha no sistema elétrico e destruiu parte relevante do acervo em exposição no 2º andar, onde se encontravam as exposições sobre a vida do paleontólogo e naturalista Peter WLund, a Era Pleistoceno e sobre a Vida no CerradoApesar da perda de réplicas muito admiradas pelos visitantes, o acervo das oito coleções científicas e reservas técnicas, que são a base de todo o trabalho do Museu, não foi atingido, segundo a instituiçãoO 1º e o 3º andar não foram atingidos.

Na época, uma funcionária que estava no 2º pavimento fugiu para a sacada do terceiro andar, onde ficou presa e precisou ser resgatada por rapelEla não sofreu ferimentos, mas foi encaminhada para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII por ter inalado muita fumaça.

De acordo com o professor Bonifácio José Teixeira, além da recuperação da parte atingida pelas chamas, o prédio passou por uma reforma completa, tanto externa e interna, incluindo a reformulação total do sistema elétrico, o que atrasou a reabertura do local, prevista inicialmente para julho “Já faz tempo que havia necessidade de uma reforma, então aproveitamos o fechamento para fazer melhorias gerais”, contaSobre o novo plano de combate a incêndio, o professor explica: “Nosso sistema já era bom, contamos com uma reserva de cerca de 50 mil litros de água, mas agora não temos nenhum material inflamável, como havia na caverna antes”.

Visitação

Para reabrir o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, quando a universidade completa 55 anos, a grande atração é a exposição, no terceito andar, do corpo do gorila Idi Amim, que passou por um processo de taxidermia (empalhamento) após morrer durante um procedimento médico-veterinário, por causa de uma ferida no braço esquerdo que teve complicações em virtude de outras doenças crônicas.

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O público poderá visitar, ainda, todas as exposições, que permanecerão nos mesmos locaisNo primeiro andar, a Era dos Répteis, que será ampliada; no segundo, Peter WLund: memórias de um naturalista, A Grande Extinção: 11 mil anos e Vida no Cerrado; e, no terceiro andar, a exposição Fauna Exótica e a Vida na Água.

A caverna, que simulava o ambiente em grutas exploradas pelo naturalista e paleontólogo dinamarquês Peter Lund na região de Lagoa Santa, será reconstruída posteriormenteO planetário, que permite a observação astronômica, ganhará instalações ao lado do auditório.

Criado em 1983, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas possui uma das mais importantes coleções de fósseis das Américas, com 70 mil peças, que não foram atingidas pelo incêndio
Preservando o patrimônio natural, histórico e cultural do Brasil, a equipe da instituição desenvolve pesquisas nas áreas de paleontologia, zoologia e conservação da natureza.

Idi Amin

O gorila Idi Amin chegou ao zoológico em 1975, vindo de uma instituição francesa, ainda criança, com 2 anosCom quase 2,60 metros de altura, mais de 200 quilos e um pelo escuro, com toques prateados no dorso, esse solteirão, infelizmente, não tinha muitos romances nem aventuras sexuais para mostrar aos visitantesIdi foi transferido para a capital na companhia da fêmea Dada, da mesma idade deleOs dois viveram juntos até março de 1978, quando ela morreu por complicações de uma infecção no ouvido.

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Em fevereiro de 1984, o gorila ganhou uma nova namorada, Cleópatra, que morava no zoológico de São Paulo (SP)Mas, o romance durou poucoCleópatra, que estava debilitada, morreu 14 dias depois, com um grave quadro clínico de desidratação e diarreiaDesde que ficou viúvo pela segunda vez, o gorila viveu sozinho