Uma mega empresária de Belo Horizonte, com patrimônio estimado pela Polícia Civil de mais de R$ 10 milhões, foi presa no Bairro Castelo, na Pampulha, suspeita de vários crimesKênia Mara de Souza, de 39 anos, que é proprietária de uma empresa que aluga transformadores e outros equipamentos, é investigada como mandante de pelo menos três homicídiosEm um deles, dois equipamentos avaliados em R$ 350 mil foram roubados de um caminhão que faria a entrega na capital mineiraO motorista do veículo de carga foi encontrado morto em Ribeirão das Neves, na Grande BHUm homem que participou do latrocínio – roubo seguido de morte – também foi presoA mulher foi apresentada na tarde desta segunda-feira no Departamento de Investigação de Crimes contra o Patrimônio
A mulher começou a ser investigada em maio deste ano depois que o dono de uma peixaria no Bairro Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte, foi assassinadoDe acordo com a Polícia Civil, a vítima, Fábio Baptista Mello, brigava na Justiça com Kênia por causa da reintegração de posse de um terreno que pertencia a eleA empresária invadiu a propriedade, localizada no Bairro Caiçara, e já havia iniciado uma construção
Testemunhas informaram a polícia que os dois viviam brigando por causa do terrenoEm maio, a vítima alegou que estava sendo seguida por dois homens que sempre perguntavam se ele era o “Fabinho”
De acordo com as investigações, testemunhas viram Kênia próximo ao estabelecimento de Fábio momentos antes do crimeEla estava junto com o homem e apontava para a vítimaO peixeiro acabou morto com tiros de revólver calibre 38 em frente ao comércio deleOs suspeitos fugiram em um carro preto que era conduzido por uma mulher de cabelos lourosSegundo a polícia, a empresária também é suspeita de assassinar uma pessoa que era testemunha de Fábio no processo de reintegração de posseA vítima foi morta em fevereiro deste ano no Bairro Aparecida
Em outubro deste ano, a polícia voltou a investigar Kênia por causa de outro crimeA empresa da acusada foi contratada por outra de São Paulo para fazer o transbordo de uma carga de transformadores que seria entregue em Belo HorizonteEm 19 de outubro, o motorista do caminhão, que fazia a entrega do material, foi abordado na porta de uma empresa no Anel Rodoviário
A polícia começou a investigar as empresas que estavam envolvidas na transação, pois o trabalho era sigiloso devido ao preço dos equipamentos, que custariam R$ 350 mil cadaOs policiais suspeitaram que a empresária poderia estar envolvida no crime e solicitou um mandado de busca e apreensão à Justiça para o galpão da empresa dela, no Bairro Castelo, na Pampulha
Em 8 de novembro, o mandado foi cumpridoNo imóvel a polícia encontrou os dois transformadores já adulteradosOs produtos estavam com o número de série lixados, pintado e com a placa de identificação do equipamento com a logo da empresa de Kênia, que acabou presaDavid de Oliveira, de 22 anos, que também é suspeito dos crimes, também foi detido.
Longa ficha criminal
A empresária tem uma longa ficha criminalDe acordo com a polícia, ela tem históricos por uso de documentos falsos, falsificações de documentos públicos, formação de quadrilha, latrocínio e três homicídios“É uma pessoa bem ardilosaDescobrimos que o processo de reintegração de posse desapareceu do FórumE isso já havia acontecido com outro processo de reintegração de posse em que ela era ré”, explica o delegado Delmes Rodrigues Feicen, da 6ª delegacia de homicídios
A polícia também vai investigar a origem do patrimônio da mulher, que é superior a R$ 10 milhões“Ela é uma mulher de posse que tem várias propriedadesAssustamos com a quantidade de crimes que ela está envolvidaNão sabemos a origem do patrimônio dela, que é muito grande”, afirma o delegado Hugo ArrudaNa delegacia, Kênia negou todos os crimesNa apresentação, na tarde desta segunda-feira, a empresária não quis responder nenhuma pergunta dos jornalistas.
O advogado de Kênia, Paulo Roberto Pagani Moreira, afirmou que a sua cliente não tem participação nos crimes“Kênia nega envolvimento de qualquer um dos homicídios que está sendo acusadaComo em dois deles não tivemos nenhum acesso as informações não podemos nem falar sobre o assunto”, disse o defensorMoreira disse que vai tentar um habeas corpus para tentar a libertação da empresária
David também já tem passagens pela polícia por porte ilegal de arma e dois homicídios em Ribeirão das NevesEle é ex-funcionário da empresária