Em 2015, o complexo modernista da Pampulha pode alcançar relevância comparada à Catedral de Aix-la-Chapelle (Alemanha), à Estátua da Liberdade (EUA), à Península de Valdés (Argentina), às Ilhas Lord Howe (Austrália), ao Centro Histórico de Viena (Áustria), ao Monte Taishan (China), ao Castelo de Kronborg (Dinamarca) e às Margens do Rio Sena, entre outros bens já considerados Patrimônios da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Sob chuva, no dia em que Belo Horizonte festejou 116 anos, representantes dos governos municipal, estadual e federal assinaram carta de intenção para o reconhecimento universal do conjunto sonhado por Juscelino Kubitschek (1902–1976) e traçado por Oscar Niemeyer (1907–2012). O caminho ainda é longo. Para alcançar o status de Patrimônio da Humanidade, a lagoa vai precisar se livrar de vez da poluição que a empobrece.
Cerimônia
A cerimônia de assinatura do documento levou autoridades, artistas e moradores da região ao Museu de Arte da Pampulha (MAP). Ainda que com o entusiasmo das melhorias já realizadas no complexo – iluminação, ciclovia, placas de sinalização trilingue, Casa Kubitschek e novo Mineirão –, o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, reconhece que o estado de conservação é o fator que merece mais cuidados. Contudo, mostra-se confiante: “É a Pampulha como porta de entrada para as cidades históricas de Minas”.
Para a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, o caminho para o reconhecimento da Pampulha precisa ser de “calma e serenidade”. “Para que o processo não seja prejudicado.” A gestora ressalta a importância da inscrição: “No momento em que um bem brasileiro está inscrito, o envolvimento de todas as esferas é para o resto da vida”. O planejamento é de pré-análise até meados de 2014, com o encaminhamento do dossiê à Unesco em julho de 2015.
O prefeito Marcio Lacerda fala em “renascimento e preservação”. Ele admite que a despoluição da lagoa só vai ser possível depois da Copa do Mundo. Para o próximo semestre, a expectativa é que a etapa de desassoreamento esteja concluída. A previsão é de que 800 toneladas de areia e detritos sejam retiradas nos próximos meses.