Jornal Estado de Minas

Mapa de situação de risco aponta 1.049 áreas críticas em BH

BH contabiliza 2.761 moradias em 1.049 pontos altamente vulneráveis a tempestades. A Região Centro-Sul é a que mais tem imóveis nas zonas críticas, muitos vizinhos a prédios

Mateus Parreiras Valquiria Lopes

- Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press

Belo Horizonte tem 1.049 zonas críticas, sujeitas a ser gravemente afetadas por tempestades, causando desmoronamentos de casas, escorregamento de encostas, erosões e inundações, além de desprendimentos de rochasÉ o que mostram mapas da situação de risco geológico produzidos pela Companhia Urbanizadora de BH (Urbel), aos quais o Estado de Minas teve acessoAs áreas estão em vilas e favelas, algumas ao lado de arranha-céus da cidade formal, e demandam atenção da Defesa Civil e da prefeituraA Região Centro-Sul é a que mais concentra edificações em áreas com risco alto e muito alto, com 638 casas ameaçadas, do total de 2.761 na capital, seguida pelo Barreiro (418) e pela Região Nordeste (365)

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O temporal que atingiu a capital na noite de quarta-feira e na madrugada de ontem, causando alagamentos, bloqueios de trânsito e prejuízos, aumentou o estado de alerta sobre essas áreas mais vulneráveis da cidadeDe acordo com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), agentes foram chamados para atuar em nove deslizamentos de encostas e sete desabamentos de muros de arrimo, além de casos de inundação, erosão e imóveis em riscoJá o Corpo de Bombeiros contabilizou 22 pontos de inundação e oito pessoas ilhadasEm BH, militares precisaram serrar 37 árvores e atenderam ainda a três episódios de desabamentos e três de deslizamentos de encostasNo período, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto Climatempo, choveu 113 milímetros, o equivalente ao previsto para 10 dias na capital e região metropolitana.

O prefeito Marcio Lacerda (PSB) disse ontem, em entrevista à TV Alterosa, que a prefeitura tem investido na prevenção de enchentes, com R$ 500 milhões em obras concluídas, outros R$ 500 milhões nas que estão em andamento e planejamento para novas intervenções, ao custo de R$ 1 bilhãoLacerda, no entanto, admite que essas providências não resolverão de vez os problemas da cidade“São muitos pontos de alagamento

As soluções são muito caras, como na Avenida Cristiano Machado, onde tivemos problemas por dois anos consecutivos, e na região da Avenida Tereza Cristina”, disse.

Segundo Lacerda, há desafios para quase uma década“É coisa para os dois próximos prefeitos, nos próximos oito anosE os prefeitos que vierem terão de manter os investimentos”, afirmouDe acordo com a Urbel, o número de edificações em áreas de risco alto e muito alto vem diminuindo na cidadeEm 2009, por exemplo, eram 3.789, e em 2011 esse número caiu para 2.761.

Em outubro, o Estado de Minas mostrou que o Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs) avança lentamenteDesde 2011 foram feitas apenas cinco, ou 20% das 25 obras do Drenurbs previstas para melhorar a drenagem urbana, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da CapitalDe R$ 1,5 bilhão estipulado para concluir o programa – que tem projetos para a Pampulha e avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado, Prudente de Morais e Francisco Sá –, apenas R$ 120,1 milhões (7,8%) tinham sido gastos.

 

- Foto: ARTE EM