Assédio a passageiras, brigas com usuários por motivos diversos, veículos imundos e malcheirosos. Apesar de poucas se comparadas com a maior parte das infrações cometidas por taxistas em Belo Horizonte neste ano, há irregularidades flagradas pela BHTrans que expõem até onde podem chegar os abusos cometidos em táxis. O tratamento ríspido, desrespeitoso, inadequado ou antiético, por exemplo, foi responsável por 64 multas e pela suspensão de um condutor.
O vestuário também deve seguir um rigor mínimo, para não trazer constrangimentos, segundo o regulamento do serviço. De janeiro a outubro deste ano houve 15 ocorrências de pessoas em trajes inadequados, que renderam sete multas e oito advertências aos taxistas. As normas da BHTrans definem que os condutores devem vestir camisas com mangas, calça comprida ou saia, sapato, tênis ou sandália presa no calcanhar, sendo que as vestimentas não podem caracterizar outra atividade profissional.
Atitudes mais rudes também foram registradas nesses 10 meses. Três condutores foram denunciados por agressão a outros operadores e usuários. Duas ocorrências foram abertas contra motoristas acusados de transformar o ponto de táxi num espaço de jogatina, com duas multas lavradas por esse motivo. Atirar lixo nas ruas também é infração ao regulamento e já rendeu uma advertência a um motorista sujão neste ano. Veículos encontrados pelos fiscais apresentando más condições de higiene e de conservação renderam 631 multas.
O diretor-presidente do sindicato dos taxistas de Minas Gerais (Sincavir), Ricardo Faeda, minimiza essas infrações. "Isso se refere a um número ínfimo de pessoas e de forma alguma condiz com o perfil da categoria. Todos fazemos cursos de capacitação para atender sempre melhor", afirma. O sindicalista recomenda que os passageiros que se sentirem incomodados ou que tiverem sido constrangidos encerrem a corrida imediatamente e passem para a BHTrans a placa do veículo e o nome do motorista infrator.