O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu uma investigação para apurar se mais três mulheres, que se apresentaram ao órgão, foram atacadas pelo assistente administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, conhecido como “Tarado do Dona Clara”. Caso sejam confirmados os abusos, vai subir para 15 o número de vítimas do homem.
Por causa da investigação, o MP pediu o adiamento da audiência de instrução de julgamento de Marcel que aconteceria nessa quarta-feira. A 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte acatou a solicitação e remarcou a reunião para 7 de fevereiro de 2014. O em.com.br tentou entrar em contato com o promotor Renato Bretz Pereira, responsável pelo caso, mas a assessoria do MPMG informou que ele está viajando.
A atuação do maníaco começou a ser investigada depois que o estudante de filosofia Gustavo Dias, de 22 anos, criou uma campanha nas redes sociais denunciando que um estuprador agia no Bairro Dona Clara. O cartaz divulgado na internet informava o registro de dez ataques em três dias. Os relatos das vítimas indicava que o homem agia, principalmente, nas imediações de uma escola particular e outra municipal do bairro. Circulando de moto, ele abordava as vítimas, as segurava pelo braço e passava a mão nas partes íntimas delas.
Marcel foi preso em um prédio residencial na Avenida Isabel Bueno, no Bairro Santa Rosa, na noite de 29 de outubro. Ele admitiu os abusos, mas foi liberado por não haver flagrante e nem mandado de prisão em aberto. No dia seguinte, o homem foi preso novamente mediante um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.
Ao ser apresentado à imprensa, Marcel chorou muito. Ele se disse arrependido dos abusos sexuais e buscou se justificar alegando trauma sofrido na infância. Afirmou ter sido molestado por um primo e, por isso, repetia o ato com crianças e adolescentes.
O promotor Renato Bretz Pereira denunciou o assistente administrativo por 12 estupros. Caso seja condenado, ele pode pegar mais de 114 anos de prisão. Segundo o MP, somente em um dia, no curto espaço de 20 minutos, ele atacou quatro garotas, de 12, 13, 16 e 17 anos, no começo da manhã, quando seguiam para a escola, no Bairro Dona Clara. Em três casos ele agiu da mesma forma: se aproximou das vítimas em uma motocicleta e as pegou pelas costas. Depois de imobilizá-las, passou as mãos nas partes íntimas das vítimas. No mesmo bairro, mas em outra data, ele atacou outra adolescente, de 15 anos. Os outros crimes ocorreram nos bairros Jaraguá (três vítimas de 16, 17 e 21 anos); no Liberdade (uma de 17); e no Ouro Preto (uma jovem de 19 anos).