O Dnit recomenda atenção especialmente no trecho que compreende o acesso à cidade de Ouro Branco, entre os municípios de Congonhas e Ouro Preto, na Região Central do estado, no segmento de Conselheiro Lafaiete, e entre as cidades de Barbacena, Oliveira Fortes e Santos DumontNesses locais, os alertas são para buracos e estreitamentos de pista“O trecho se encontra em obras de revitalizaçãoSinalização vertical (placas) em bom estado e a horizontal (pinturas e faixas) em estado regularDurante período chuvoso podem surgir buracosOperação tapa-buracos em andamento”, informa o departamento responsável pela qualidade das rodovias.
No trecho que vai do Anel Rodoviário de BH até as proximidades do trevo de Ouro Preto, uma operação de recapeamento é feita às pressas para tentar recompor o pavimento antes dos recessos de fim de ano e da intensificação das chuvas previstas para o períodoNo restante do caminho, até Conselheiro Lafaiete, o asfalto antigo está muito desgastado e apresenta fissuras e abatimentos em muitos trechosHá buracos e também remendos altos, feitos em operações emergenciais
O circuito das cidades históricas passa justamente pela rodovia BR-040Com o agravante de que a estrada que se conecta a ela e leva a Ouro Preto e Mariana, a BR-356, se encontra em mau estado em todos os 90 quilômetros do trechoO Dnit emite alertas de “atenção” e “cuidado” na estrada devido a buracos, trincas e trechos em obras em Nova Lima, Itabirito e Ouro Preto.
Uma aventura umo ao litoral
Quem segue para o Vale do Aço, pela BR-381 ou continua depois rumo à Bahia, pela BR-116, ou Espírito Santo, via BR-262, enfrenta 58 quilômetros de estrada em situação crítica, onde o Dnit recomenda ao usuário “cuidado”O trecho se localiza entre Coronel Fabriciano e os acessos a Jaguaraçu e Santa Maria de Itabira, na região do Rio DoceO Dnit informa que há buracos nesse segmento, uma grande depressão no km 277,4 e erosão no acostamento do km 284,9Rejeitada nos leilões de privatização, a BR-262, de João Monlevade à divisa com o Espírito Santo, se encontra em situação péssima, de acordo com o monitoramento do departamento
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prevê uma saída intensa de veículos de grandes cidades, como Belo Horizonte, mas menos concentrada devido às principais datas, 25 de dezembro (Natal), e 1º de janeiro (réveillon), caírem no meio de semana, em quartas-feiras“Prevemos uma dispersão mais pulverizada, mas vamos ampliar a fiscalização, porque ocorrerá um incremento importante de tráfego e as chuvas aumentam os perigos para os motoristas”, disse o porta-voz da corporação, inspetor Aristides Amaral Júnior“O fato de as datas não serem feriados prolongados pode aumentar as viagens com destino a cidades do interior de Minas Gerais”, disse.
Ministério emite alerta para chuva
A chegada da estação chuvosa fez o Dnit emitir sobreaviso a todas as unidades regionaisDe acordo com o Ministério dos Transportes, equipes devem estar preparadas para casos de interrupção de tráfego, como a que fechou a BR-381 no km 286, altura de Timóteo, devido à queda de uma barreira, na noite de sexta-feiraNa manhã de ontem, o trânsito fluía em apenas uma faixa e funcionários contratados pelo Dnit trabalhavam para limpar a rodovia, que foi liberada no fim da tarde.
Já na BR-259, em Itapina, no Espírito Santo, a queda de um barranco deixou a pista completamente interditada e sem previsão de liberação, na altura do km 79O trecho fica a 26 quilômetros da divisa do estado com Minas Gerais
Por problemas desse tipo, o esforço do Dnit se concentra em Minas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Santa CatarinaEstados que historicamente são mais afetados no período chuvoso.
Ainda segundo o ministério, o objetivo é que as obras de emergência sejam executadas no menor tempo possível“Praticamente toda a malha rodoviária sob responsabilidade do Dnit conta com contratos de manutenção e recuperaçãoIsso quer dizer que, em caso de danos à rodovias causados por chuvas, a construtora contratada para o trecho irá mobilizar equipes com agilidade para liberar o tráfego rapidamente”, acrescentou a pasta dos Transportes.
Mas a política de manutenção das estradas no país, considerada meramente reparadora, gera críticas entre estudiosos do setorPara o especialista em transporte e trânsito Silvestre de Andrade Puty Filho, agora não há mais tempo de reparar as estradas para esta temporadaResta apenas melhorar a fiscalização para evitar acidentes provocados por alta velocidade e manobras imprudentes“Não dá mais tempo de fazer obrasO que deveria ter sido feito já foi ou não será mais feitoAo contrário do que vemos nas rodovias concedidas à iniciativa privada, as BRs sob jurisdição do Dnit praticamente só recebem remendos quando já estão ruinsNão há obras preventivas, que evitem o desgaste”, avalia.
A chegada das chuvas é um agravante nessas circunstânciasAs tempestades desta época agravam as condições das rodovias, além de prejudicar a visibilidade e a trafegabilidade“Se já há buracos no asfalto, as chuvas, o tráfego e principalmente os caminhões que andam com excesso de peso agravam ainda mais esses abatimentosOnde o pavimento apresenta trincas, a infiltração age diretamente sobre a base de sustentação da rodovia e abre novos buracos”, explica Puty Filho.