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Estado de Minas ARMADILHAS ANTES DAS FÉRIAS

Veja os trechos das rodovias federais que exigem mais cuidado em Minas Gerais

Para chegar a alguns dos destinos mais procurados pelos mineiros, motoristas enfrentam estradas com crateras, erosões, trincas no asfalto ou operações tapa-buracos emergenciais


postado em 22/12/2013 06:00 / atualizado em 22/12/2013 07:27

Rodovias em situação precária estão no caminho dos destinos mais procurados pelos mineiros, especialmente de quem parte de Belo Horizonte. De acordo com o monitoramento das condições das rodovias feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), condutores que pretendem chegar ao litoral do Rio de Janeiro pela BR-040 ou a cidades da Zona da Mata mineira, como Juiz de Fora, serão obrigados a enfrentar pelo menos 99,8 quilômetros de asfalto com crateras, trincas, estreitamentos de pistas sobre pontes e operações tapa-buraco em andamento durante o período. A extensão corresponde a 34% dos 295,8 quilômetros sob jurisdição do departamento. Os demais 150 quilômetros até a capital fluminense são privatizados, com cobrança de pedágio, por isso estão em condições melhores e com pistas duplicadas, com acostamentos e separação entre os sentidos de direção.

O Dnit recomenda atenção especialmente no trecho que compreende o acesso à cidade de Ouro Branco, entre os municípios de Congonhas e Ouro Preto, na Região Central do estado, no segmento de Conselheiro Lafaiete, e entre as cidades de Barbacena, Oliveira Fortes e Santos Dumont. Nesses locais, os alertas são para buracos e estreitamentos de pista. “O trecho se encontra em obras de revitalização. Sinalização vertical (placas) em bom estado e a horizontal (pinturas e faixas) em estado regular. Durante período chuvoso podem surgir buracos. Operação tapa-buracos em andamento”, informa o departamento responsável pela qualidade das rodovias.

No trecho que vai do Anel Rodoviário de BH até as proximidades do trevo de Ouro Preto, uma operação de recapeamento é feita às pressas para tentar recompor o pavimento antes dos recessos de fim de ano e da intensificação das chuvas previstas para o período. No restante do caminho, até Conselheiro Lafaiete, o asfalto antigo está muito desgastado e apresenta fissuras e abatimentos em muitos trechos. Há buracos e também remendos altos, feitos em operações emergenciais. Como os veículos trafegam acima de 80 km/h, velocidade máxima permitida na maioria do trecho, motoristas e passageiros experimentam muita trepidação causada por essas irregularidades. Em certos trechos é preciso desviar de buracos, quando há espaço, para evitar danos a pneus e rodas. Manobras consideradas arriscadas, sobretudo devido ao tráfego intenso de carretas que trabalham em mineradoras ao longo da estrada. “Quando não é o asfalto ruim, cheio de buracos, são os caminhões que trafegam com excesso de velocidade. Com as férias vamos precisar ter o dobro de atenção nesta estrada”, avalia um dos usuários frequentes da rodovia, o vendedor Otávio Guedes, de 36 anos.

O circuito das cidades históricas passa justamente pela rodovia BR-040. Com o agravante de que a estrada que se conecta a ela e leva a Ouro Preto e Mariana, a BR-356, se encontra em mau estado em todos os 90 quilômetros do trecho. O Dnit emite alertas de  “atenção” e “cuidado” na estrada devido a buracos, trincas e trechos em obras em Nova Lima, Itabirito e Ouro Preto.

Uma aventura umo ao litoral

Quem segue para o Vale do Aço, pela BR-381 ou continua depois rumo à Bahia, pela BR-116, ou Espírito Santo, via BR-262, enfrenta 58 quilômetros de estrada em situação crítica, onde o Dnit recomenda ao usuário “cuidado”. O trecho se localiza entre Coronel Fabriciano e os acessos a Jaguaraçu e Santa Maria de Itabira, na região do Rio Doce. O Dnit informa que há buracos nesse segmento, uma grande depressão no km 277,4 e erosão no acostamento do km 284,9. Rejeitada nos leilões de privatização, a BR-262, de João Monlevade à divisa com o Espírito Santo, se encontra em situação péssima, de acordo com o monitoramento do departamento. São 196 quilômetros de muitos buracos, pavimento irregular e erosões que provocam estreitamentos de pista em Martins Soares, Reduto, Manhuaçu, Matipó, Abre Campo, Santo Antônio do Grama, Rio Casca, São Domingos do Prata e Bela Vista de Minas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prevê uma saída intensa de veículos de grandes cidades, como Belo Horizonte, mas menos concentrada devido às principais datas, 25 de dezembro (Natal), e 1º de janeiro (réveillon), caírem no meio de semana, em quartas-feiras. “Prevemos uma dispersão mais pulverizada, mas vamos ampliar a fiscalização, porque ocorrerá um incremento importante de tráfego e as chuvas aumentam os perigos para os motoristas”, disse o porta-voz da corporação, inspetor Aristides Amaral Júnior. “O fato de as datas não serem feriados prolongados pode aumentar as viagens com destino a cidades do interior de Minas Gerais”, disse.

Clique para ampliar o mapa(foto: Arte EM)
Clique para ampliar o mapa (foto: Arte EM)


Ministério emite alerta para chuva

A chegada da estação chuvosa fez o Dnit emitir sobreaviso a todas as unidades regionais. De acordo com o Ministério dos Transportes, equipes devem estar preparadas para casos de interrupção de tráfego, como a que fechou a BR-381 no km 286, altura de Timóteo, devido à queda de uma barreira, na noite de sexta-feira. Na manhã de ontem, o trânsito fluía em apenas uma faixa e funcionários contratados pelo Dnit trabalhavam para limpar a rodovia, que foi liberada no fim da tarde.

Já na BR-259, em Itapina, no Espírito Santo, a queda de um barranco deixou a pista completamente interditada e sem previsão de liberação, na altura do km 79. O trecho fica a 26 quilômetros da divisa do estado com Minas Gerais.

Por problemas desse tipo, o esforço do Dnit se concentra em Minas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Santa Catarina. Estados que historicamente são mais afetados no período chuvoso.

Ainda segundo o ministério, o objetivo é que as obras de emergência sejam executadas no menor tempo possível. “Praticamente toda a malha rodoviária sob responsabilidade do Dnit conta com contratos de manutenção e recuperação. Isso quer dizer que, em caso de danos à rodovias causados por chuvas, a construtora contratada para o trecho irá mobilizar equipes com agilidade para liberar o tráfego rapidamente”, acrescentou a pasta dos Transportes.

Mas a política de manutenção das estradas no país, considerada meramente reparadora, gera críticas entre estudiosos do setor. Para o especialista em transporte e trânsito Silvestre de Andrade Puty Filho, agora não há mais tempo de reparar as estradas para esta temporada. Resta apenas melhorar a fiscalização para evitar acidentes provocados por alta velocidade e manobras imprudentes. “Não dá mais tempo de fazer obras. O que deveria ter sido feito já foi ou não será mais feito. Ao contrário do que vemos nas rodovias concedidas à iniciativa privada, as BRs sob jurisdição do Dnit praticamente só recebem remendos quando já estão ruins. Não há obras preventivas, que evitem o desgaste”, avalia.

A chegada das chuvas é um agravante nessas circunstâncias. As tempestades desta época agravam as condições das rodovias, além de prejudicar a visibilidade e a trafegabilidade. “Se já há buracos no asfalto, as chuvas, o tráfego e principalmente os caminhões que andam com excesso de peso agravam ainda mais esses abatimentos. Onde o pavimento apresenta trincas, a infiltração age diretamente sobre a base de sustentação da rodovia e abre novos buracos”, explica Puty Filho.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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