Um homem violento e com uma extensa ficha criminal. Foi assim que a Polícia Civil definiu Adolar Júnior D'anunciação Leite, de 34 anos, conhecido como Dolinha, preso nesta sexta-feira suspeito de liderar uma quadrilha que sequestra bancários na Grande BH, para extorquir dinheiro. O criminoso foi detido no Bairro Várzea das Flores, em Contagem, quando mantinha uma vítima refém. Durante a apresentação, que aconteceu nesta tarde na Divisão de Operações Especiais (Deoesp), no Bairro Gameleira, Região Oeste de BH, Adolar se mostrou uma pessoa fria ao relatar que não tem medo de matar quem tenta atrapalhá-lo a cometer os crimes.
A polícia começou a investigar o criminoso depois que dois bancários foram sequestrados em menos de 24 horas em Betim e Igarapé em dezembro. Em um dos crimes, a vítima foi rendida junto com a esposa e dois filhos quando chegava em casa. A família dele foi levada para um cativeiro em Contagem, e o gerente obrigado a ir até o banco para sacar dinheiro. Ele pegou R$ 145 mil, porém, a polícia foi acionada e conseguiu deter um menor que iria receber a quantia na BR-381. Um homem responsável em cuidar do cativeiro também foi preso.
Após o crime, que aconteceu no dia 13 deste mês, policiais do Deoesp conseguiram informações que apontava Adolar como o autor dos dois sequestros. “No cativeiro encontramos documentos com o nome dele. E também tivemos informações de que ele estaria no Bairro Petrovale, em Betim, se escondendo”, afirma o delegado Wanderson Gomes, responsável pelas investigações.
Nesta manhã, os policiais conseguiram encontrar Adolar na Região da Várzea das Flores, em Contagem, junto com um comparsa, identificado como Bruno Júlio Aleixo. De acordo com o delegado, os agentes abordaram o criminoso no momento em que ele desmanchava um carro que havia acabado de roubar. “Ele estava pegando materiais do veículo enquanto o comparsa estava com a vítima no meio do matagal”, explica.
Os dois criminosos foram presos em flagrante e encaminhados para a delegacia. A vítima foi solta e não sofreu nenhum ferimento.
Durante a apresentação, Adolar, que tem passagens pela polícia por tráfico de drogas, homicídios, roubo qualificado e porte ilegal de armas, afirmou que a intenção era apenas roubar o carro. “Eu queria só pegar o carro mesmo. Mas, quando abordei a mulher, uma viatura da PM passou e eu tive que levar ela junto”, disse. Em relação, ao sequestro dos bancários ele negou o crime. “Eu não tenho nada a ver com isso não. Tenho uma briga com uns criminosos de lá (Igarapé), só isso. E agora vou ter que matar. Já queria matar, agora que vou matar mesmo”, completou.
Com os dois homens foi apreendida uma pistola calibre .40. Na casa de Adolar, também foram encontradas diversas presilhas de plástico que a polícia acredita que eram usadas para amarrar as vítimas. A dupla foi autuada em flagrante por roubo qualificado.