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Estado de Minas

Apenas 10 das 19 obras para Copa estarão prontas a tempo

De 19 intervenções incluídas na primeira matriz de responsabilidades, apenas 10 ficaram prontas ou serão concluídas. Ampliação de Confins e testes do BRT preocupam especialistas


postado em 03/01/2014 00:12 / atualizado em 03/01/2014 16:30

Mateus Parreiras e
Tiago de Holanda



Obras em Confins: segundo Infraero, ampliação não será concluída até a Copa(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Obras em Confins: segundo Infraero, ampliação não será concluída até a Copa (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Quase a metade das intervenções, obras e medidas previstas para Minas Gerais no lançamento da primeira matriz de responsabilidade para a Copa do Mundo de 2014 não será concluída a tempo para a competição. Das 19 ações, firmadas entre os governos federal, estadual e Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), apenas 10 ficaram prontas ou serão finalizadas até o Mundial. Duas das principais obras prometidas são as que mais preocupam especialistas. O Aeroporto de Confins não terá 100% da ampliação concluída a tempo. Já o BRT, sistema de transporte rápido por ônibus batizado de Move, está previsto para começar a funcionar antes da competição, mas há receio de que período para testes do novo sistema seja insuficiente.

Das ações incluídas inicialmente na matriz da Copa, quatro já foram concluídas. São elas a reforma do Mineirão, em 21 de dezembro de 2012; a ampliação do Bulevar Arrudas, entre as ruas Extrema e dos Carijós, em junho do ano passado; a expansão da Central de Controle de Trânsito da BHTrans, em maio de 2012; e o Centro de Comando e Controle Regional de Minas Gerais, em funcionamento desde o dia 15 de março de 2013, na Cidade Administrativa. Outras nove, porém, foram descartadas ou não ficarão prontas a tempo: o corredor cultural da Praça da Estação, a restauração do Viaduto Santa Tereza, a Via 710 (Cristiano Machado/Andradas), o BRT da Avenida Dom Pedro II, estruturação dos Centros de Atendimento aos Turistas e sinalização turística na Rota das Grutas de Lund e a despoluição da Lagoa da Pampulha. Outras seis medidas tem conclusão prometida para antes do Mundial.

A obra considerada mais crítica e que poderá trazer maior prejuízo para a população e os visitantes que virão a BH para a competição, na avaliação de especialistas, é a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (Grande BH). A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que não concluirá mais de 85% do previsto, sendo que o restante das ações deve terminar em 2015.

“Os problemas de trânsito serão amenizados com a decretação de feriado durante o evento esportivo, a meu ver uma medida paliativa. Mas, para o aeroporto, que já está funcionando lotado, essa medida não surtirá efeito”, analisa o professor da Fumec Márcio Aguiar, mestre em engenharia de transportes. Para a arquiteta e urbanista Jurema Rugani, colaboradora técnica do Movimento das Associações de Moradores de BH, o aeroporto também é o que mais preocupa. “Se há o interesse em captar os turistas que vem assistir aos jogos, Confins será fundamental. Hoje, do jeito que está, não atende a população nem mesmo nos feriados”, disse.

Transporte

A intervenção mais cara (R$ 1,57 bilhão) prevê a implantação de 25 quilômetros do BRT. A expectativa da prefeitura é de que no dia 15 de fevereiro sejam inaugurados os corredores Santos Dumont/Paraná e Cristiano Machado. Um mês depois, deverá entrar em funcionamento o sistema da Avenida Antônio Carlos. O último trecho liberado será o Avenida Pedro I/Vilarinho, em 15 de abril. Os primeiros testes do sistema foram programados para fevereiro nas pistas que estiverem concluídas. “A margem para testes, aprimoramentos e adaptações será muito apertada”, alerta o professor Márcio Aguiar. Por meio de sua assessoria de imprensa, a BHTrans afirmou que o tempo de testes será suficiente e que os corredores foram projetados para comportar satisfatoriamente a operação do novo sistema de transportes.

Por sua vez, a Secretaria Municipal para a Copa do Mundo (SMCopa) informou que Belo Horizonte está pronta para receber o evento esportivo e ressalta que a cidade conseguiu atrair as seleções da Argentina, Chile e Uruguai para se concentrar na cidade. A expectativa da SMCopa é de que o sistema de transportes e a rede hoteleira sejam suficientes para a demanda esperada, de 540 mil turistas. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo não havia ninguém disponível ontem para comentar o assunto. (Colaborou Guilherme Paranaiba)

(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)


Corredor cultural e despoluição a passos lentos

Intervenções que poderiam agradar turistas que vêm à capital mineira para a Copa do Mundo e manter conservado o patrimônio da cidade não sairão do papel até o início da competição. É o caso da revitalização do entorno da Praça da Estação, no Centro, sem data para ocorrer. Em março, a Fundação Municipal de Cultura (FMC) anunciou o lançamento do Corredor Cultural Praça da Estação até a Copa. O corredor abrangerá a Avenida dos Andradas da Rua Varginha o Parque Municipal e inclui melhoria dos passeios, iluminação e a sinalização dos prédios e monumentos. A proposta está emperrada na comissão formada para discuti-la e tem previsão de ter o projeto pronto até o primeiro semestre de 2014.

Também em março, o presidente da FMC, Leônidas de Oliveira, disse que a reforma do Viaduto Santa Tereza, que se arrasta desde 2009, estava garantida para o mundial de futebol. No entanto, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, as obras têm previsão para se iniciarem em janeiro, devem durar 300 dias e estão aguardando assinatura da ordem de serviço. O projeto, cuja execução deve custar R$ 3,399 milhões.

Indicada ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, a Lagoa da Pampulha começou a ser revitalizada neste ano. O trabalho foi iniciado em outubro, com a etapa de desassoreamento, orçada em R$ 109 milhões e composta por serviços de dragagem, desidratação, transporte e destinação final de sedimentos. Neste primeiro semestre deverá ser implantado o sistema de esgotamento sanitário da Bacia da Pampulha, com a execução de redes coletoras e outras ações pela Copasa, que planeja captar R$ 102 milhões junto ao governo federal. A terceira etapa, de responsabilidade da PBH, está orçada em R$ 30 milhões para a recuperação da qualidade das águas, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. A tecnologia ainda está em processo de licitação e os serviços devem durar 22 meses, informa o órgão. (TH)


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