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Estado de Minas

Mesmo com cassação, estacionamento na Catedral da Boa Viagem vai funcionar

Prefeitura cassa alvará que permitia exploração de serviço na Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem


postado em 03/01/2014 00:12 / atualizado em 03/01/2014 07:28

Juliana Ferreira e Jefferson
da Fonseca Coutinho


(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A disputa judicial em torno da exploração de estacionamentos em igrejas tombadas de Belo Horizonte foi reacendida pela prefeitura, que cassou o alvará de funcionamento da atividade na Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial do Município (DOM), depois que a administração municipal conseguiu derrubar a liminar que permitia o serviço no local. A empresa que administra o estacionamento, Contapark, entrou com recurso e disse que manterá a atividade em funcionamento.


A briga entre a prefeitura e a Contapark se arrasta desde fevereiro do ano passado, quando o serviço foi encerrado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural. A Fundação Municipal de Cultura afirma ter percebido danos na fachada da igreja e riscos aos bens culturais tombados, devido à circulação de veículos no local. O órgão aconselhou o fechamento do estacionamento, o que foi acatado pelo conselho. A determinação resultou em ações judiciais, que terminaram dando ganho à administração municipal. Em agosto, a empresa conseguiu uma liminar que liberou o retorno dos carros ao pátio. A Procuradoria Geral do Município recorreu e conseguiu a proibição.


A decisão do poder público divide opiniões. Para Marcus Rodrigo de Lima Lopes, de 38, os carros na Praça da Boa Viagem prejudicam a paisagem e são nocivos ao patrimônio. “Não sei quanto a igreja recebe da administradora do estacionamento, mas a arquidiocese deveria buscar alguma outra alternativa para levantar recursos para suas obras sociais”, diz. Fabiana de Fátima, de 33, é contra o fim do estacionamento. “Antes de tomar medidas assim, a prefeitura deveria oferecer alternativas para a população. Não há vagas, não há frota de táxi nem transporte público eficiente”, critica.

Multa

A Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana confirmou que o serviço está suspenso. Caso as atividades persistam no local, serão consideradas irregulares. O Código de Posturas prevê que o responsável seja notificado e encerre as atividades em até 10 dias sob multa de R$ 298,11 para cada 30 metros quadrados da área e interdição. A Gerência de Fiscalização Integrada da Regional Centro-Sul disse que vai fiscalizar o endereço.


No entanto, o advogado da Contapark, Nelson Moraes Valenzuela, diz que entrou com embargo declaratório, recurso que ainda teria sido apreciado pela Justiça. "O alvará persiste. Por enquanto, o estacionamento continua funcionando. A prefeitura publicou isso indevidamente”, reclamou. A administradora da paróquia, Maria das Graças Martins, confirmou que o serviço ainda não foi interrompido, pois não houve comunicado oficial. Segundo ela, a catedral recebe uma mensalidade da empresa que explora as vagas. A verba é usada em obras de caridade.
A assessoria jurídica da Arquidiocese de Belo Horizonte informou que não está envolvida no processo da catedral, mas que o acompanha de perto. A Mitra Arquidiocesana diz que as decisões judiciais serão imediatamente acatadas. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) disse que não foi notificado e, portanto, não vai se pronunciar sobre o assunto.


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