Papai Noel deixou bicicletas para muitas crianças durante o Natal. Porém é necessário que os pais tenham muita atenção, pois apesar de ser vista como um brinquedo, a “bike” é um meio de transporte, e, portanto, exige medidas de segurança para ser utilizada, de acordo com as leis de trânsito.
No Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, é crescente o número de ciclistas de zero a 12 anos envolvidos em acidentes. Segundo a pediatra do HPS Tatiane Miranda, a maioria das crianças que se envolvem em sinistros do tipo tem entre sete e 11 anos, e em grande parte das vezes, colidem com veículos, muros e postes ao descerem ladeiras, após perderem o freio. “É importante fazer frequentemente a manutenção da bicicleta, e checar freios e pneus antes de usá-la”, adverte a pediatra. Levar os pequenos na garupa sem o devido cuidado também é extremamente perigoso– normalmente, as vítimas neste tipo de caso são ainda menores.
Outro fator que deve ser observado é o lugar onde a criança brinca – a rua não é o local adequado para os pequenos ciclistas se aventurarem com bicicletas, a não ser que ela tenha ciclovias. A atividade deve ser realizada em espaços públicos destinados ao lazer, como parques e praças, sempre com a supervisão de um adulto.
Lesões
De acordo com Tatiane Miranda, os traumas que geralmente resultam deste tipo de ocorrência são os de face, crânios e quebra de mandíbula e maxila, além de fraturas de membros, que ocorrem quando se cai sobre braços e pernas.
Segundo estudo realizado pela Universidade de Campinas, acidentes com bicicletas são os que mais causam fraturas em rostos de crianças (30% dos casos reportados), e o Brasil está acima da média mundial em acidentes graves que causam este tipo de trauma. Também foi observado que os meninos de seis a 18 anos representam 79% dos casos de trauma de face entre crianças e adolescentes.
Em se tratando dos casos em que o menor está na garupa, são frequentes lesões nos pés provocadas pelo aro da roda da bicicleta, principalmente quando a criança está descalça.
Segurança
É primordial o uso de determinados equipamentos de segurança pelas crianças para protegê-las de quedas: o capacete, joelheira e cotoveleira são essenciais. “Até para andar de velotrol, a criança precisa usar o capacete”, afirma Tatiane. Estudos apontam que o objeto protege até 88% das lesões cerebrais decorrentes de quedas ou colisões de bicicletas.
Já em situações em que a criança acompanha o ciclista na garupa, é preciso sempre utilizar a cadeirinha, que deve ficar bem presa à bicicleta. Caso o pequeno tenha menos de quatro anos, sugere-se que o equipamento seja posicionado em frente ao condutor para que haja um melhor controle.
Outra dica é nunca comprar para o filho uma bicicleta maior que o necessário pelo simples fato de que ele irá crescer rapidamente: este é um erro perigoso, pois além de causar acidentes - já que fica mais difícil para que a criança alcance os freios - pode fazer com que ela se sinta insegura e perca a vontade de pedalar novamente.
Atendimento
Sempre que ocorrer um acidente de bicicleta envolvendo criança, é recomendado chamar o SAMU para realizar o resgate, e mesmo que ela volte para casa andando e não aparente ter nada grave, deve-se levá-la ao pronto atendimento mais próximo: “Ás vezes a criança apresenta um nível de consciência normal em um primeiro momento, mas pode haver uma lesão no crânio ou cérebro, e ela só manifestar isso depois de algumas horas”, explica a pediatra.
(Agência Minas)