Problemas estruturais teriam dificultado o socorro da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, que morreu afogada depois de ter os cabelos sugados pela tubulação do toboágua de uma das piscinas do Jaraguá Country Club, na PampulhaA Polícia Civil já sabe que a chave da caixa de força que desliga a bomba de sucção não fica próximo ao brinquedo, o que dificultou a rápida retirada da criança da água, já que ela teve os cabelos, longos, presos ao ralo da tubulaçãoA distância das tomadas de energia em relação a piscina e a falta de cabos impediu que fosse ligado de imediato o equipamento para aspirar a água que a menina engoliuAs informações foram dadas ontem pelo delegado que apura o caso, Thiago de Oliveira Souza Pacheco, do 3º Distrito Policial de Venda Nova.
Ontem, além de ouvir o casal de tios de Mariana, que a levaram ao clube, o delegado pegou as declarações de uma das duas médicas sócias do clube que prestaram os primeiros socorros à criança e de um salva-vidas do Jaraguá“Todos os depoimentos convergem para uma gama de problemas que contribuíram para o desfecho trágicoAlém da tubulação da bomba de sucção do toboágua posicionada em local inadequado, ocasionando o acidente, o que se seguiu foram dificuldades estruturais para o socorro da menina, que ficou entre três e quatro minutos submersa e entre 10 e 15 minutos recebendo o primeiro atendimento sem as condições ideais”, disse o policial.
Segundo ele, a tia de Mariana e a médica não souberam dizer se o equipamento para aspirar a água engolida pela criança chegou a ser usado, bem como o desfibrilador“As duas acompanharam a menina até o ambulatório e em seguida a equipe do Samu assumiu as manobras de reanimaçãoA médica deixou claro que Mariana foi levada desacordada até o ambulatório embora ela e a outra colega de profissão realizassem respiração boca a boca”, explicouO delegado deve concluir o inquérito no fim do mês, mas já admite que os problemas estruturais que dificultaram o uso dos equipamentos necessários serão destacados na conclusão das apurações.
Laudo
Em princípio, o delegado Thiago Pacheco vai manter a piscina interditada, para possíveis levantamentos técnicosEle aguarda um parecer do Instituto de Criminalística, que já realizou três perícias no local, e pode fazer novas avaliaçõesPara o policial, a realização de uma simulação do acidente não vem sendo considerada, já os dados colhidos, inclusive os técnicos, têm permitido esclarecer as questões investigadas.
Em nota, o presidente do Jaraguá Club, Marco Faria, informou ontem que uma comissão interna vai apurar administrativamente o que ocorreu, indiferentemente das investigações policiais