A advogada Lívia Viggiano Rocha Silveira, de 39 anos, foi estuprada pelos dois envolvidos no assalto que terminou com a morte da vítima e do namorado, o também advogado Alexandre Werneck de Oliveira, de 46 anos. A informação foi revelada em uma entrevista coletiva do delegado Wagner Pinto na manhã desta quinta-feira, quando os suspeitos foram apresentados. As vítimas estavam desaparecidas desde a última sexta-feira, quando deixaram a pousada onde estavam hospedados para visitar o mirante da Serra do Cipó, na Grande BH. Lá, eles foram abordados pelos dois assaltantes.
Marcos Magno Peixoto Faria, de 25 anos, e Helton Moreira de Castro, de 19, foram detidos no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira e prestaram depoimento na madrugada. O chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) informou que a dupla admitiu informalmente, nesta quinta-feira, ter estuprado a vítima. Durante a apresentação, Helton confirmou a informação aos jornalistas presentes. A polícia recolheu material no corpo da vítima para investigar se há vestígio de sêmen dos suspeitos, para confirmar tecnicamente o estupro.
A perícia indicou que Lívia foi morta com dois tiros na cabeça. Alexandre foi atingido por três disparos na cabeça e um no braço. Marcos diz que os dois atiraram nas vítimas, mas Helton diz que o comparsa fez todos os disparos. Conforme o delegado Wagner Pinto, não está descartada a hipótese da participação de outra pessoa no crime. Os corpos das vítimas ainda estão no Instituto Médico Legal (IML), mas é possível que eles sejam liberados somente na sexta-feira. Ainda não há informações sobre o velório e enterro do casal.
Entenda o caso
Alexandre e Lívia ficariam hospedados de quinta a sábado na serra. O plano era comemorar o aniversário de Alexandre, no domingo, com a família na capital, mas eles foram surpreendidos no mirante da serra, onde observavam o pôr do sol. Segundo a polícia, com um revólver, os dois renderam o casal, que estava fora do carro, e os levaram para o leito do Rio Santo Antônio, a sete quilômetros de Conceição do Mato Dentro, onde foram executados. A polícia procura testemunhas para esclarecer detalhes. Uma delas seria uma pessoa que teria socorrido Helton após uma queda de moto no caminho entre o mirante e o local do crime.
Esse fato foi relatado pelo suspeito durante o interrogatório. Ele disse que seguiu o carro de Alexandre na moto, e Marcos foi dentro do veículo com o casal. A queda teria sido nesse trajeto. Helton contou ainda aos policiais que ao chegar às margens do rio encontrou Alexandre morto no banco de trás da caminhonete. Lívia estaria seminua no banco do passageiro e Marcos vestido.
Após o crime, na sexta-feira, Marcos e Helton tentaram fugir levando a Hilux. Mas como o veículo tinha sistema antifurto, não funcionou. Os dois teriam achado que o veículo estava com problemas na bateria, então foram embora levando R$ 174 e dois celulares. No sábado Marcos teria voltado de táxi ao local do crime para dar carga na bateria da Hilux. A intenção era vender o veículo por R$ 5 mil e dividir o dinheiro.
Como a tentativa de ligar o carro não deu certo, eles atearam fogo no veículo, na manhã de segunda-feira, com a ajuda de um menor. Para chegar aos bandidos, a polícia local contou com a ajuda de informantes que delataram um rapaz, dono de uma moto amarela, com o rosto queimado circulando pela cidade. Diante das características, Marcos, que tem uma motocicleta desta cor, foi detido. Na delegacia ele entregou o comparsa Helton e ambos contaram da participação do menor na destruição do carro. (Com informações de Valquíria Lopes, Junia Oliveira e Guilherme Paranaíba)