Por duas vezes um cientista da computação de BH, que prefere não se identificar por receio de ser prejudicado em futuras viagens, esqueceu pertences em áreas restritas do aeroporto de Confins e teve problemas para reaver os objetos
Na primeira vez, há um ano e meio, quando retornou da Suíça, deixou na esteira uma sacola com latas de chocolateComo só se lembrou quando estava em casa, pediu à namorada, que chegou quatro horas depois em outro voo, para trazer as mercadorias, que seriam dadas de presente“Não deixaram a minha namorada pegarTive de ligar para a Infraero e para a companhia aéreaDepois de mais de um hora consegui que a entregassem a sacola”, lembrouMas quando os parentes abriram as latas, tiveram uma surpresa“Estavam vaziasComeram os doces e lacraram as latas antes de nos devolver”, afirmou.
Outro descuido mostrou a ineficiência de um dos atendentes do setor de achados e perdidos da InfraeroAo embarcar para o Rio, o cientista lembrou, já dentro da aeronave, que tinha deixado seu laptop recarregando no saguão de embarque“Os comissários de bordo não me deixaram voltar, mas por rádio disseram que tinham recolhido o aparelho e me deram um protocolo”, contou.
Recuperar o computador não foi fácil
Ao chegar à sala indicada, o cientista disse que só havia um atendente, que este disse estar ocupado“Dava para ver que ele estava assistindo novela e só me atendeu 10 minutos depois, no intervalo”Nem mostrando o protocolo, conseguiu reaver o aparelho“O atendente disse que tinha de saber o diaFalei que foi sexta-feiraEle perguntou a marca e a corFalei branco e cinzaEle disse que não tinha e mandou voltar depois”, lembraO dono do computador então virou o monitor para si“Estava registrado notebook branco e cinza
Disse que notebook e laptop são a mesma coisaEle disse que eu tinha de provar que o laptop era meuFalei que tinha a senha, mas o aparelho estava sem bateriaPeguei o cabo e passei de fora do balcão para dentro, digitei a senha e, enfim, ele me liberou”.
Prevenção A Infraero informou que desconhece casos de furtosA Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) alegou que não tem levantamento sobre ocorrências com bagagens por aeroportoEm nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou: “As companhias aéreas têm investido em novas tecnologias e capacitação de suas equipes de manuseio para conter ao máximo eventuais problemas com bagagens de passageiros”A entidade afirmou ainda que qualquer irregularidade com bagagens deve ser informada à companhia aéreaE que os passageiros devem adotar medidas preventivas, como identificação com etiquetas e uso de lacres, cadeados e filmes de proteção.