Jornal Estado de Minas

Menores são barrados no Minas Shopping em dia de 'rolezinho'

O RG de alguns dos adultos responsáveis pelos menores também foi anotado em alguns casos. 'Rolezinho' em São Paulo chegou a fechar um shopping.

Elaine Pereira Tiago de Holanda

Jovens se reúnem na porta do Minas Shopping em Belo Horizonte - Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press. Brasil

Menores de 18 anos de idade e desacompanhados de pais ou responsáveis foram barrados pela segurança do Minas Shopping, na região Nordeste de Belo Horizonte, na tarde deste sábado, data do evento criado no Facebook  chamado 'rolezinho', também denominado Apartheid às avessasMais de 300 pessoas haviam confirmado presençaEm alguns casos, o RG dos adultos responsáveis pelos menores também foi anotado.

O shopping não divulgou um balanço de quantas pessoas foram barradas, mas informou por meio de nota que, "como já estava ciente do evento, se reuniu com representantes das polícias Militar e Civil durante a semana e reforçou a segurança própria para preservar a integridade de visitantes e funcionários"O efetivo foi cerca de 30% maior para evitar transtornosAinda segundo a nota, a orientação da administração à segurança foi fazer, quando necessária, verificação da documentação no caso da formação de grupos de pessoas.
Segundo o major Sinério, da 22ª compania da Polícia Militar, que acompanhou a ação no shopping nesta tarde, o movimento foi tranquilo e a PM não foi acionada nem pelo shopping e nem pelos frequentadores do local

Segundo o militar, a ação da polícia só iria ocorrer se houvesse depredação ou confusãoEle conta que viu um grupo de cerca de dez jovens serem barrados, mas não houve tumulto.

São Paulo
Participantes de movimentos sociais e estudantis protestam do lado de fora do shopping Iguatemi, em SP. A faixa diz: No ano da Copa do Mundo, os shopings racistas proíbem a entrada de gente pobre e preta - Foto: AFP PHOTO/Nelson Almeida

Já em São Paulo uma manifestação a favor dos 'rolezinhos' e contra o racismo não foi tão tranquila e causou o fechamento do Shopping JK IguatemiO centro de compras funcionava normalmente até o momento em que os manifestantes chegaram em frente ao estabelecimento e todas as portas foram fechadas, impedindo, inclusive, a saída das pessoas que estavam no interior do prédio

Também não foi autorizada a entrada de clientes, logistas e funcionáriosAté o final da tarde deste sábado a situação era a mesma, mas sem a presença da polícia, apenas com o corpo de seguranças do estabelecimento.

Um grupo de advogados das entidades que participam do ato foi à delegacia policial mais próxima para fazer um boletim de ocorrênciaEles alegam que as pessoas passaram por constrangimento ilegal e que o shopping cometeu crime de racismo.