Ladrões continuam à solta no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. No domingo, 10 passageiros de dois voos da companhia Azul, provenientes do aeroporto de Guarulhos (SP) e de Aracaju (SE), foram à delegacia da Polícia Civil no terminal registrar ocorrências relativas a arrombamentos e furtos de objetos de suas bagagensComo mostrou reportagem do Estado de Minas na semana passada, esse tipo de delito tem aumentado e passou de 72 casos em 2012 para 106 em 2013, de acordo com a polícia, alta de 47%
O administrador Saulo Vinício da Cunha, de 31 anos, foi vítima dos ladrões pela segunda vez e não sabe mais o que fazer para proteger seus pertences, já que viaja muito a trabalho“Sinto-me desamparadoDa última vez fiquei sem as roupas e agora me furtaram dois frascos de perfumes importados e uma camisa de grife, que usei nas reuniões de trabalho.” Desde o primeiro furto, Saulo passou a tentar levar todos os seus pertences necessários numa só mala de mãoContudo, quando embarcou em Aracaju, a companhia pesou a bagagem e, como pesava 7kg, ultrapassando o permitido (5kg), teve de despachá-la“Ainda assim, fiz a atendente do balcão lacrar a mala com os adesivos”, afirmou
A precaução não adiantouJá em Confins, quando viu sua bagagem circulando na esteira, percebeu que estava sem os lacres“Da última vez que violaram minha mala, só fui perceber em casaDesta vez fiz questão de conferir tudo no aeroporto e vi que estavam faltando os perfumes e a camisa”, disse Cunha
Revoltado, o administrador procurou a Polícia Federal, que indicou procurar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que estava fechadaNa Infraero, a informação era de que a companhia aérea deveria lhe fornecer o Registro de Irregularidade de Bagagem (RIB), o que não ocorreuSeu último recurso foi ir à Polícia Civil para lavrar uma ocorrência que lhe servirá de base para abrir uma ação indenizatória na JustiçaPara a surpresa dele, na delegacia havia outros oito passageiros reclamando da mesma situaçãoUma dessas vítimas foi a bancária Roseni Moreira Neves, de 44, que voltava com o marido de Guarulhos
“Ficamos 30 minutos esperando nossa bagagem passar na esteira, mas a mala do meu marido não apareceuQuando desligaram o equipamento, fomos a uma atendente que afirmava que a mala não deveria ter sido despachada”, disse
JOGO DE EMPURRA A Polícia Civil informou que investiga os casos para saber se há participação de funcionários nos crimesDe acordo com a Infraero, a reclamação deverá ser feita à Anac e poderia também ter sido registrada no Juizado Especial que funciona no terminalA Anac não informou a razão de sua representação no aeroporto estar fechada no domingoAfirmou apenas que no caso de furto de malas despachadas a responsabilidade seria das companhias aéreas
A Azul Linhas Aéreas Brasileiras, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “está averiguando o fato ocorrido e tomará as providências cabíveis junto às autoridades competentes.” A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou não ter “condições de comentar sobre o caso concreto específico”.