Os assassinos do casal de advogados Alexandre Werneck de Oliveira, de 46 anos, e a namorada dele, Lívia Viggiano Rocha Silveira, de 39, executados cruelmente na Serra do Cipó, na Região Central de Minas Gerais, podem pegar até 60 anos de prisão. Policiais da delegacia de desaparecidos de Belo Horizonte já encaminharam à Justiça o inquérito que investiga o caso. Marcos Magno Peixoto Faria, de 25 anos, e Helton Moreira de Castro, de 19, foram indiciados por duplo latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
De acordo com o delegado Thiago Luz Goulart da Costa Saraiva, responsável pelo caso, mais de dez pessoas foram ouvidas no inquérito, que foi concluído na última sexta-feira. “Como foi a prisão em flagrante, tínhamos o prazo de 10 dias para finalizar. Esse tempo terminou na sexta-feira. Se não fosse concluído, os dois poderiam ser soltos”, explica.
A polícia não tem dúvida sobre a autoria do crime, porém vai continuar as apurações sobre o caso. “O que estamos verificando e estamos investigando é se houve participação de outras pessoas. Mas isso é mais demorado e ainda não temos indícios. Se conseguirmos informações vamos pedir um inquérito complementar para poder confirmar”, afirma o delegado.
O crime
As vítimas chegaram à Serra do Cipó em 3 de janeiro e se hospedaram na Pousada e Hotel Cipó Veraneio. No dia seguinte, o casal saiu da pousada e não retornou para o estabelecimento. O gerente do local deu falta dos hóspedes e avisou aos familiares deles.
As buscas pelo casal começaram em 6 de janeiro depois que os familiares das vítimas procuraram a Polícia Militar para fazer um boletim de ocorrência. No mesmo dia, a PM foi acionada por investigadores da Delegacia de Polícia Civil de Conceição de Mato Dentro, que encontraram uma Hilux queimada em uma área de mata perto de uma estrada.
Conforme a Polícia Civil, todos os documentos e cartões bancários das vítimas estavam no veículo queimado. Além disso, os bandidos não realizaram saque ou outra transação bancária. Toda a região da Serra do Cipó foi vasculhada, inclusive com o apoio de um helicóptero do Corpo de Bombeiros com um policial civil a bordo, mas nenhuma pista sobre o paradeiro do casal foi encontrada.
Mais tarde, os envolvidos no crime foram presos e confessaram ter matado o casal para roubar. Os suspeitos contaram que abordaram as vítimas no mirante da Serra do Cipó. Os criminosos disseram que chegaram ao local em uma moto CBR-300 amarela, que pertence a Marcos. Armados com um revólver calibre 22, renderam o advogado e a namorada e os levaram, no carro deles, até uma ponte do Rio Santo Antônio. O casal teve os celulares e R$ 174 em dinheiro roubados.
Quando foram apresentados em Belo Horizonte, Helton confessou que estuprou a advogada. “A intenção era pegar um carro. A gente não queria matar ninguém. No caminho, capotei a moto e fiquei distante do Marcos. Quando cheguei ao local ele já tinha matado o cara e, daí para a frente, o Marcos a violentou sexualmente, e depois, eu. Assumo que fiz isso. Em seguida ele disparou contra ela”, admitiu Helton.