(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Proposição de lei para incentivar cultivo de citronela contra a dengue é vetada pela PBH

Prefeitura destaca que não há comprovação científica de que a erva seja eficiente no combate ao mosquito


postado em 22/01/2014 09:17 / atualizado em 22/01/2014 09:37

Foi vetada pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), uma proposição de lei para incentivar o cultivo de citronela e crotalária como método natural de combate à dengue. A principal justificativa é de que não há comprovação científica de que as plantas são eficazes no combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da doença.

A Proposição e Lei nº 122/13, da Câmara Municipal de BH, visa criar uma campanha de incentivo ao uso da citronela e da crotalária para divulgar os benefícios do cultivo e manipulação das plantas nas residências, comércios, indústrias e terrenos baldios pela Secretaria Municipal de Saúde. Também ficaria a cargo do poder público a distribuição de sementes à população e o plantio de mudas em áreas verdes da capital.

A lei foi vetada integralmente pela PBH. Em sua justificativa, Marcio Lacerda considerou um parecer da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, referenciado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sobre o uso das plantas. Conforme o órgão, estudos mostram que as velas elaboradas com óleo de citronela e andiroba repelem a presença do inseto, mas somente onde o aroma da planta se espalha. E que também há vários repelentes no mercado para serem aplicados na pele, feitos com o óleo da planta, capazes de repelir os insetos. Entretanto, o simples plantio da erva não pode exercer ação repelente, apesar de publicações não científicas informarem que o cultivo da planta sob o sol e correntes de vento podem liberar o odor da planta, exercendo ação repelente.

A crotalária, por sua vez, estaria sendo indicada porque a planta atrairia a libélula, que é predadora natural do mosquito, também segundo publicações não científicas. O inseto é encontrado em ecossistemas onde há rios, lagoas e áreas alagadas, enquanto 95% dos criadouros do mosquito da dengue estão em vasos de plantas, pneus, bebedouros, caixas d'água, ralos, calhas, entre outros. Assim, o controle biológico das ninfas da libélula seria mais eficiente com mosquitos que vivem nos mesmos criadouros dela.

“O uso, tanto da citronela, quanto da crotalária, no controle efetivo do mosquito da dengue não tem fundamentação científica comprovada e a campanha de distribuição de mudas e sementes poderia gerar uma falsa sensação e segurança para a população, que poderia relaxar nos cuidados básicos, fundamentalmente a limpeza e organização, que eliminam os criadouros do mosquito. Vale registrar que, de acordo com pesquisadores da FIOCRUZ, o mecanismo natural mais eficaz para o Aegypti é o bioinseticida Bacillus thuringiensis israelensis, que ataca a larva do mosquito e pode ser utilizado em reservatórios domésticos, inclusive caixa d’água.”. Finaliza o parecer da secretaria, reproduzido no texto do veto.

O prefeito também ressalta que essas medidas são consideradas inadequadas em relação às diretrizes do Ministério da Saúde, que estabelece o Levantamento Rápido de Índices de Infestação para Aedes aegypti (LirAa), visita domiciliar domiciliar dos agentes de combate à dengue e atividades educativas, entre outras ações, no combate à dengue. Além disso, a iniciativa configura interferência indevida na organização dos serviços administrados pelo Executivo municipal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)