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Estado de Minas

Superbactéria KPC pode ter matado quatro pessoas em Montes Claros

Segundo Secretaria Municipal de Saúde, duas pessoas com câncer que morreram em hospital estavam contaminadas. Outros dois casos são investigados


postado em 24/01/2014 06:00 / atualizado em 24/01/2014 07:00

Fachada do Hospital Aroldo Tourinho, onde ocorreram os óbitos. Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu reunião com médicos para o monitoramento da KPC(foto: Wilson Medeiros/Divulgação)
Fachada do Hospital Aroldo Tourinho, onde ocorreram os óbitos. Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu reunião com médicos para o monitoramento da KPC (foto: Wilson Medeiros/Divulgação)

A Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros (Norte de Minas) confirmou nessa quinta-feira que foi detectada a presença da superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que é muito resistente a antibióticos, no Hospital Aroldo Tourinho. O órgão informou que na casa de saúde houve o registro das mortes de dois pacientes confirmados com a contaminação da superbactéria. Foram registrados outros dois óbitos de pacientes que podem ter morrido contaminados pela KPC.

O assessor de Média e Alta Complexidade da Secretaria de Saúde de Montes Claros, o médico Cláudio Henrique Rebello, disse que o órgão está monitorando a situação e que a maior preocupação no momento é evitar pânico em torno do assunto. “Infelizmente, quando se divulgam ocorrências dessa natureza, cria-se pânico na população. Mas não há motivo para pânico. As pessoas que morreram e foram contaminadas pela bactéria (KPC) eram pacientes que estavam com câncer e, portanto, muito debilitadas em função da doença. Há grande possibilidade de terem morrido por causa do câncer e não por conta da bactéria”, informou Cláudio Henrique. Ele salientou que a Secretaria Municipal de Saúde vai tomar medidas preventivas, orientando os funcionários, pacientes e visitantes dos hospitais sobre os cuidados que devem ser adotados para evitar a proliferação da superbactéria. “Uma das medidas mais eficazes é lavar as mãos sempre. Não se trata de uma bactéria que é contraída pelo ar. Por isso, as pessoas não precisam ficar com medo e criar pânico”, disse o médico.

Ontem à tarde, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu uma reunião com médicos e equipe da Vigilância Sanitária do município para o monitoramento da KPC. Hoje deverão ser divulgadas as principais medidas a serem adotadas pelos hospitais e profissionais de saúde da cidade. Ontem à tarde, a Secretaria de Estado de Saúde, por intermédio da sua assessoria de comunicação, informou que foi comunicada da presença da bactéria no hospital de Montes Claros, mas que vai buscar novas informações junto à área de saúde do município, que detém gestão plena, abrangendo as questões relacionadas com a vigilância sanitária.

SINTOMAS DA KPC De acordo com a médica infectologista Cláudia Biscoto, do Hospital Universitário Clemente de Faria, da Unimontes, a superbactéria KPC não é nova. Ela foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética e tornar-se muito resistente a antibióticos. A superbactéria pode causar pneumonia, infecções sanguíneas no trato urinário e feridas cirúrgicas. Esses sintomas podem evoluir para o quadro de infecção generalizada e provocar a morte do paciente. Pessoas debilitadas, com doenças crônicas e imunidade baixa, submetidas a longos períodos de internação hospitalar, inclusive em unidades de terapia intensiva (UTIs), correm maior risco de contrair infecções. Daí, a preocupação dos hospitais brasileiros com a KPC, segundo Cláudia Biscoto.


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