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Estado de Minas

UFMG pode receber mais de 200 capivaras que habitam entorno da Lagoa da Pampulha

Mamíferos serão levados para fazenda modelo da instituição no município vizinho de Pedro Leopoldo


postado em 24/01/2014 06:00 / atualizado em 24/01/2014 07:00

Espécie dá cria duas vezes por ano, podendo gerar de quatro a oito filhotes por gestação e resultar em 18 animais por fêmea/ano(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Espécie dá cria duas vezes por ano, podendo gerar de quatro a oito filhotes por gestação e resultar em 18 animais por fêmea/ano (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

A novela de retirada das capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) do entorno da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, parece estar perto do fim. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se mostra disposta a receber os mais de 200 mamíferos e levá-los para a sua fazenda modelo no município vizinho de Pedro Leopoldo. Segundo o professor de Produção e Nutrição de Animais Silvestres da Escola de Veterinária, Leonardo Bôscoli Lara, tudo vai depender do interesse da Prefeitura de Belo Horizonte para firmar um convênio com a instituição de ensino. “A PBH se responsabilizará pelo custo da nutrição e funcionários, enquanto a universidade vai se encarregar do manejo e cessão do espaço”, afirmou o veterinário.

Com 660 hectares e uma centena de capivaras que vivem soltas, a fazenda modelo tem espaço suficiente para receber as habitantes da Pampulha. “Mas esses novos animais ficarão presos e tratados de forma digna. Há também o interesse científico e de conservação para as equipes de professores e alunos”, explicou Leonardo. Se vingar o acordo com a municipalidade, uma série de providências será tomada, como separar os machos das fêmeas e colocá-los em abrigos, como os usados para cães. Se necessário, deverá fazer vasectomia dos machos.

As capivaras dão cria duas vezes por ano, podendo gerar de quatro a oito filhotes por gestação, no total de 18 animais por fêmea/ano. No caso específico da lagoa da Pampulha, a reprodução é intensa, pois os bichos não encontram predadores, como onças e a cobra sucuri, tendo à disposição muita água, capim nas margens e alimento farto. “As capivaras estão invadindo as cidades brasileiras”, afirma o professor Leonardo. Os bichos deverão passar ainda por uma quarentena para ser verificado, principalmente, se são hospedeiros do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa.

ACORDO A proposta da UFMG agradou o vice-prefeito de BH e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, que vem cuidado do assunto. Na tarde de ontem, ele explicou que o acordo entre as partes vai diminuir os custos da prefeitura. “Essa iniciativa vai facilitar e muito o nosso trabalho”, acrescentou o vice-prefeito. Dentro de 15 dias, empresas especializadas no manejo de animais começam a ser convocadas para apresentar orçamentos de retirada das capivaras. A PBH aguarda apenas um parecer jurídico da Procuradoria Geral do Município (PGM), já que o procedimento será contratado sem licitação. “O plano de manejo já está pronto e será avaliado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, disse.


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