Jornal Estado de Minas

Terceira pista de circulação na Av. Carandaí deixa trânsito lento e confuso no Centro

Mudança de circulação na Avenida Carandaí e no entorno, com criação de mão-inglesa, gera reclamações e congestionamento na Afonso Pena

Circulação com veículos subindo à esquerda e descendo à direita na Carandaí com Afonso Pena surpreendeu pedestres e motoristas devido à sinalização precária - Foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS


A abertura de uma terceira pista de circulação na Avenida Carandaí, inclusive com mão-inglesa, entre a Afonso Pena e a Professor Alfredo Balena, no Centro de Belo Horizonte, para adequação do trânsito ao transporte rápido por ônibus (BRT), que será chamado de Move, confundiu e gerou transtornos para motoristas e pedestres, com risco de acidentes, na manhã de ontemO novo trajeto foi sinalizado com faixas de pano e painéis luminosos, mas muita gente ficou perdida, sem saber por onde seguirÀs 7h50, o engarrafamento na Afonso Pena chegou à Avenida Getúlio Vargas, no sentido rodoviária.

Pela Carandaí trafegam 35 mil veículos por dia e pela Afonso Pena, 100 milAntes, quem descia a Afonso Pena e entrava à direita na Rua Pernambuco podia atravessar a Carandaí e chegar à Alameda Ezequiel DiasAgora, o motorista é obrigado a descer mais um quarteirão na Afonso Pena e entrar à direita na Carandaí, passando pela pista central que foi criada

A mudança também causou estranheza para quem sai da Alfredo Balena para pegar a Afonso Pena sentido Mangabeiras e Rua GuajajarasOs carros saem simultaneamente da Pernambuco e há dúvidas de quem é a preferênciaO problema foi agravado porque a BHTrans planejava pintar as faixas no asfalto na última hora e não foi possível com a chuva da noite anteriorOs semáforos também não foram instalados.

A psicopedagoga Ana Amália Malta, de 38, tinha que chegar ao serviço às 8h30, mas às 9h10 ainda estava presa no trânsito, telefonando para justificar o atraso“O trânsito simplesmente parou na Afonso PenaSempre passei por aqui e era tranquilo
Só espero que melhore depois”, disse.

 

 

Afonso Pena ficou congestionada com abertura de conversão à direita na Carandaí para quem queria pegar mão-inglesa e chegar à Alameda Ezequiel Dias - Foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.APRESS
Pedestres também tiveram dificuldade para atravessarA aposentada Maria das Dores Mendes, de 80, quase foi atropelada por um ônibus ao passar pela mão invertida que foi criadaEla pediu informações ao diretor do sistema viário da BHTrans, Edson Amorim de Paula, que estava no localEle explicou que a situação é provisória, porque a obra está numa fase de ajustes e a preferência de circulação será definida pelos semáforos“Tivemos que abrir espaço para construção de uma ilha no meio da Carandaí para depois fazer a sinalização definitivaPrimeiro, é preciso mudar o trânsito para depois construir a obra e entrar na fase definitiva”, explicou AmorimSegundo ele, agentes de trânsito permanecerão o tempo todo no local orientando motoristas

O diretor de sistema viário informou que o tempo dos semáforos da Pernambuco, Carandaí e Alfredo Balena será reduzido de três para dois“Vamos melhorar em um terço a fluidez no trânsito”, informouA obra deve ser concluída em 10 dias

Para Amorim, é comum motoristas e pedestres ficarem confusos no início da mudança, mas depois se acostumamSegundo ele, as alterações no trânsito foram divulgadas com antecedência e haverá campanha mais intensiva no local com a volta às aulas: “Neste momento, a gente está fazendo algumas intervenções para o BRT, que começa a operar em 15 de fevereiro, mas isso faz parte de um plano maior, que é o de melhoria do trânsito de uma maneira geral na área central”

Novas intervenções estão previstas para terça-feira na Praça Lucas Machado, no cruzamento das avenidas Brasil e Francisco Sales, no Bairro Santa EfigêniaDepois, serão feitas mudanças no Barro Preto“A intenção é reduzir o tempo dos semafóros da cidade de três para dois e aumentar o de travessia de pedestresVamos dispersar o trânsito de passagem pelo CentroO motorista que sai do Bairro Sion, na Região Centro-Sul, para as regiões Norte e Pampulha, por exemplo, terá caminhos alternativos sem precisar passar pelo Centro”, afirmou Amorim.