Jornal Estado de Minas

Protesto contra a Copa do Mundo reúne manifestantes em BH e outras capitais do país

Na Praça Sete, grupo fecha duas faixas da Avenida Afonso Pena no sentido Mangabeiras. Em São Paulo, cerca de mil pessoas

Manifestantes ocuparam o "Pirulito" da Praça Sete e Avenida Afonso Pena - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press

Manifestantes de Belo Horizonte aderiram ao protesto nacional contra a realização da Copa do Mundo e ocuparam parte da Praça Sete de Setembro, no Centro da capital mineiraCerca de 100 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram do protesto e o grupo chegou a interditar parte da avenida Afonso Pena, a principal artéria da região.

Galeria de fotos: Protestos contra a Copa do Mundo nas capitais

Desde o fim da tarde a PM e a Guarda Municipal já havia reforçado a segurança na área, a mesma de concentração para as manifestações ocorridas em junho do ano passado, durante a Copa das ConfederaçõesInicialmente, cerca de 50 punks reuniram-se no local e os militares fizeram uma revista geral, apreendendo sprays e garrafas de material inflamável"Isso pode ser usado como coquetel molotov", justificou o tenente Russo, do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE).

Quando outros manifestantes, inclusive com camisas do PSTU, chegaram à Praça, o grupo se dividiuOs punks ocuparam o "Pirulito", obelisco no cruzamento da Afonso Pena com avenida Amazonas, enquanto os demais permaneceram no quarteirão fechado da rua Rio de JaneiroApenas quando o grupo do "Pirulito" resolveu se deitar na Afonso Pena todos se uniram no mesmo protesto"Não é apenas contra a CopaÉ contra todo o sistema, Estamos fazendo nossa cena", disse o punk Augusto Felipe dos Santos, de 18 anos.

Pouco antes das 19h, o grupo fechou toda a avenida, mas, após rápida conversa com representantes da PM, os manifestantes concordaram em liberar uma das pistasPelo horário de reduzido movimento, o ato teve pouco reflexo no tráfego e terminou de forma pacífica, já no início da noite.

"Reforçamos o policiamento porque havia previsão desse encontro e resolvemos fazer a revista porque esse pessoal (punks) foi o que mais criou problema no ano passado", disse o tenente Russo"Mas estamos aqui para garantir tanto o direito de se manifestar quanto o do resto das pessoas de ir e vir", completou o oficial.

Cerca de mil manifestantes participaram do ato realizado em São Paulo - Foto: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
São Paulo

Em São Paulo, os manifestantes e a Polícia Militar entraram em confronto na Rua Barão de Itapetininga, na região do Theatro MunicipalOs manifestantes começaram a depredar estabelecimentos comerciais no centro de São Paulo, por volta das 20 horas
Mais de duas mil pessoas participaram do protesto, que terminou com 128 pessoas presas.

A primeiro loja a ser atacada foi um McDonald'sOs policiais fizeram uma barreira para tentar proteger o restaurante e os manifestantes começaram a correr e destruir agências bancárias pelo caminhoSomente na Rua 7 de Abril, a reportagem presenciou o ataque a três agênciasOs manifestantes colocaram fogo em terminais de atendimento dentro das agências, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BradescoHouve início de incêndioOs black blocs correram em direção dos PMs e lançaram até coquetel molotov.

A PM fez um cordão de isolamento para impedir que os manifestantes fossem para a Praça da República, onde acontece o principal show dos 460 anos da cidade de São PauloO clima é tenso na regiãoManifestantes jogaram latas e garrafas contra o público e ao menos duas pessoas ficaram feridasO tumulto ocorreu no intervalo entre os shows de Paulinho da Viola e Opalas.

Atos de vandalismo também ocorrem nas imediações da Praça RooseveltUm Fusca foi incendiado por manifestantes, que também colocaram fogo em caçambas de lixo.

A manifestação começou pacífica na Av
PaulistaPouco antes das 17 horas, jovens leram um manifesto aos policiais no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), onde estavam concentrados desde a madrugada de sexta-feiraEm troca, a PM não enfrentou resistência para revistar barracas armadas pelos manifestantes.

No Rio de Janeiro o protesto ocorreu na orla de Copacabana - Foto: Reuters /Ricardo Moraes
Rio de Janeiro

O protesto contra a realização da Copa do Mundo reuniu no Rio cerca de 300 pessoas, que fizeram uma caminhada pacífica pela orla de Copacabana (zona sul) até o final da praiaDepois disso formou-se um grande tumulto, provocado pelos Black Blocs, com correria entre os carros presos no engarrafamento.

O protesto começou em frente ao hotel Copacabana Palace, que foi protegido por grandes de ferro, seguranças particulares e cerca de 150 policiais militaresA pista da AvAtlântica no sentido Ipanema foi interditada pelos manifestantes, que seguiram em passeata sempre acompanhados pela Polícia Militar.

A PM conta com o apoio de um helicóptero, que está sobrevoando a praia de Copacabana, bastante cheia devido ao sábado ensolaradoGrades de ferro foram colocadas na frente do hotel, que espalhou seguranças pela calçada.

Manifestantes usaram máscaras de políticos durante o ato realizado em Brasília - Foto: AFP PHOTO/Beto BARATA
Outras cidades

O protesto contra a Copa do Mundo ocorrido em Brasília terminou há pouco e foi marcado pela baixa adesãoPor volta das 17 horas cerca de 50 pessoas se reuniram em frente ao Brasília Shopping - região central da capital -, onde criticaram os gastos públicos no evento e pediram a aplicação dos recursos nas áreas de educação e saúde.

Em seguida, o grupo cruzou a via W3 e seguiu até o shopping Pátio BrasilNão houve tentativa de invasão dos estabelecimentos e os manifestantes foram acompanhados por todo o percurso pela Polícia Militar.

O rolezinho realizado por jovens no Gama Shopping, no Distrito Federal, terminou em confusão e envolvimento da Polícia MilitarPor causa do tumulto a direção do shopping antecipou o fechamento do centro de compra das 22 horas para as 18h30Ninguém foi preso, apesar do corre-correA cidade do Gama fica a 40 quilômetros de Brasília.

Por volta das 16 horas, os jovens começaram a chegar em frente ao shoppingQuando reuniram cerca de 300 pessoas, eles decidiram invadirHouve confusão, os seguranças particulares intervieram mas não conseguiram conter a garotadaNesse instante, a PM foi chamada.

De acordo com informações da direção do shopping, cerca de 500 clientes estavam do lado de dentro fazendo compras ou passeandoAlguns tentaram sairLojistas fecharam as portasComo em outras cidades, os jovens cantaram músicas, bateram nos vidros das lojas e correram a esmoAntes das 19 horas os tumultos cessaram.

Em Recife, um grupo com aproximadamente 60 pessoas, realizou um protesto pacífico no Shopping Rio Mar, no bairro do Pina, na Zona Sul da cidadeMesmo assim, a maioria das lojas do centro de compras baixou as portas, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem: "Nem Copa, nem eleição, queremos dinheiro para a saúde e educação".

A manifestação foi organizada pelo grupo Black Blocs da Frente Independente Popular (FIP)Na frente do Relógio da Copa, um dos manifestante tentou arremessar um pequeno botijão de gás em um policial militarO grupo também ameaçou depredar o monumento que marca quantos dias faltar para o início da competição.

Na cidade de Porto Alegre, apesar de haver mais de 2 mil confirmações no Facebook, a manifestação convocada pelo grupo Anonymous foi um fracasso totalCerca de 30 pessoas esperaram das 17h até as 19h na frente da Prefeitura Municipal e resolveram dispersar depois de gritarem algumas palavras de ordem contra a realização da Copa do Mundo.

Vestidos de preto, com máscaras , alguns tocando tambores, os integrantes do grupo não conseguiram sensibilizar os gaúchos que passavam e olhavam desconfiados para a manifestação, menor do que a aglomeração popular em torno de um cantor gospel que acontecia há pouco mais de 50 metros, no Largo Glênio Peres.

No Espírito Santo, manifestantes invadiram um shopping em Vila Velha e ocuparam a rua de acesso à praiaA manifestação tem poucos adeptosMais cedo, poucos estavam presentes no posto de gasolina marcado como local de encontroViaturas policiais e cavalaria faziam ronda no local que dá acesso à Terceira Ponte, principal ligação entre Vitória e Vila Velha, município mais populoso do Estado.

Na semana em que Curitiba foi ameaçada pela Fifa de ficar fora do Mundial, um grupo de aproximadamente 200 pessoas, segundo os organizadores, engrossou o coro e participou do protesto "Eu não quero Copa" no final da tarde deste sábado (25).

A manifestação partiu da Boca Maldita, na área central da cidade e chegou a interromper a apresentação de um grupo que participava da Oficina de Música, o que gerou algumas reclamações do públicoA marcha foi até a Prefeitura e em seguida se dispersou.

Em Goiás, o protesto ocorreu durante a manhã e reuniu aproximadamente 100 pessoas no centro de GoiâniaManifestantes percorreram a região central da cidade com faixas e cartazes.