Com o fim das férias, quem retorna a Belo Horizonte deve se preparar para enfrentar um trânsito ainda mais complicado e lentoAs alterações de cruzamentos, sentidos de vias e sinalização semafórica feitas pela BHTrans para viabilizar a operação do BRT da capital, batizado de Move, alteraram bastante as rotas de tráfego de BH e vão exigir muita paciência de quem precisa circular pela cidadePara se ter uma ideia, este mês, quando o fluxo de veículos é bem menor, o que se viu foram carros invadindo vias na contramão, cruzamentos fechados e engarrafamentos nos principais corredores da cidadeOs problemas decorrentes das mudanças foram tantos que o trânsito teve um aumento de 93% na extensão dos engarrafamentos na comparação com o mesmo período do ano passado
Os dados constam dos relatórios de acompanhamento de cargas e entregas das administradoras de empresas de rastreamento parceiras da companhia Maplink e traçam um cenário ainda pior para fevereiro, já que os veículos que estavam parados, por causa do período de férias, voltam a circular, o que só irá contribuir para aumentar os problemas de lentidão no trânsitoNo ano passado, quando não havia qualquer alteração no trânsito de BH, a extensão dos congestionamentos registrados em fevereiro teve incremento de 14% em comparação com janeiro, ainda de acordo com os dados da Maplink.
A BHTrans prevê que 50 mil veículos voltem a transitar no perímetro da Avenida do Contorno com o fim das fériasDe forma geral, o tráfego tende a ser ampliado em 10% dentro da área, monitorada pela empresa que administra o trânsito na capitalEm janeiro do ano passado, a média de engarrafamentos nos horários de pico nos dias úteis chegou a 19,8 quilômetrosNeste ano, a média, calculada até o dia 17 saltou para 38,2 quilômetros de congestionamentos, aumento de 93%É como se as filas de veículos parados bloqueando cruzamentos ou sem conseguir se movimentar tivessem sido ampliadas em 18,4 quilômetros, uma distância mais do que suficiente para cruzar a cidade do BH Shopping, no Belvedere, Região Centro-Sul, até o estádio do Mineirão, na Pampulha, percorrendo 16 quilômetros pelo Centro da capital mineira.
Entre janeiro e o início de fevereiro de 2013, os congestionamentos passaram de 19,8 quilômetros para 22,6 quilômetros (mais 14%)E é isso o que preocupa os motoristas diante do fim das férias e o aumento do fluxo de carros
De acordo com o coordenador do curso técnico de Transporte e Trânsito do Cefet-MG, professor Guilherme de Castro Leiva, o cenário caótico e o aumento dos congestionamentos são uma soma de fatores, como a ampliação da frota circulante, agravados pelas obras e alterações de tráfego“Onde o Move está sendo instalado emanam reflexos por toda a cidadeAs próprias obras para instalação das alterações de tráfego restringem as opções de circulação”, afirmaA tendência até a inauguração dos corredores do Move, para o especialista, ainda é de arrocho“Temos obras de tamanho considerável, e a frota está aumentando sobre um espaço que é reduzidoIsso tem impacto considerável na extensão dos congestionamentos”, avalia.
Principais mudanças
Nos últimos meses, a BHTrans fez 35 alterações no tráfego da cidadeSó neste mês, foram seis grandes modificações
Corredor de ligação com a Avenida Cristiano Machado, a Avenida Silviano Brandão também recebeu uma mão inglesa nesse cruzamento, no quarteirão que antecede os viadutos Abgar Renault e Pedro Nava, sobre a Rua JacuíO sentido Venda Nova passou a ser feito pela Rua Pitangui.
No Centro, novos semáforos foram instalados na Rua Rio de Janeiro com Rua dos Guaicurus e os arredores da Praça Afonso Arinos sofreram várias modificaçõesA Rua Goiás, entre a Avenida Álvares Cabral e Rua dos Guajajaras, opera agora em mão únicaA Rua Sergipe, entre as ruas Timbiras e Aimorés, deixou de ser mão dupla, mantendo a circulação única, nesse sentidoFoi proibida a conversão da Avenida Augusto de Lima para Rua Espírito Santo.
Veja os mapas com as principais mudanças no trânsito da capital (clique para ampliar)
- Foto: Arte EM