Centenas de adolescentes e jovens participaram de um “rolezinho” na tarde deste domingo em Montes Claros (Norte de Minas), que, ao contrário de ser sediado em shoppings centers (como vem acontecendo em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília), foi realizado ao ar livre, em um parque ecológico De acordo com estimativa da Polícia Militar, o “Rolezinho do Parque Municipal” –- teve cerca de 500 participantes, que foram convocados pelas redes sociaisEles assistiram apresentação de música funk e dançaFoi o primeiro encontro do gênero realizado em Minas Gerais.
Veja as imagens do "rolezinho"
O organizador do evento, Gabriel Santos, de 17 anos, que é cantor de funk e usa o nome artístico de “MC Bolinha”, disse que teve a ideia de fazer um “rolezinho diferente” com o objetivo de incentivar a paz e a amizade entre os adolescentes e jovens“A intenção foi mostrar que enquanto em outraas cidades acontecem baderna e vandalismo, podemos apresentar o funk aqui pedindo paz, de forma organizada, sem violência”, afirmou Gabriel.
O público assistiu as apresentações de música funk e danças que aconteceram em um palco permanente, perto da lagoa do parque A letras praticamente não foram ouvidas devido à falta de aparelhagem de somOs organizadores disseram que recorrer a uma pequena caixa de som, movida a bateria, tendo em vista que não conseguiram ligação de energia elétrica – a Cemig e a prefeitura não teriam sido comunicadas a tempo para fazer a ligação de energia no local.
O evento foi acompanhado por cerca de 40 homens da Polícia MilitarMesmo com o policiamento ostensivo e com a intençao do organizador de promover a paz, foram inevitáv eis as pequenas confusões Duas horas após o início do “rolezinho”, perto do espaço onde o público se concentrou houve uma briga entre dois adolescentes que vendiam picolé, por causa da disputa do ponto de vendaQuando os policiais do Batalhão de Choque da PM chegaram para apartar a briga, dezenas de jovens pensaram que era algo mais grave e saíram correndo O pequeno tumulto acabou colocando fim às apresentações de músicas e danças funk e o publico começou a se dispersar pelo interior do Parque Municipal.
Pouco depois,quando a maioria do público já tinha deixado o espaço das apresentações, os policiais do Batalhão de Choque fizeram buscas em um grupo de rapazes que usavam bonés e permaneceram em círculo no local
Também após o encerramento das apresentações, na saída do Parque Municipal, houve uma briga entre duas garotasQuando os policiais chegaram ao local, elas já tinham sido separadas por amigos e parentes e não houve maiores consequências.
Evento não incomoda visitantes
O “rolezinho diferente” foi aprovado pelos participantesA estudante Cintia Lais Barbosa de Carvalho, de 17 anos, disse que, no início de janeiro, estava em São Paulo e “assistiu” um “rolezinho” realizado no Shopping Center Campo Limpo, na Zona Sul da Capital Paulista“Lá (em São Paulo) tem muita bagunçaAqui, está muito tranquiloO “rolezinho’ desse jeito é muito bom”, afirmou Cintia, que, ontem, antes de ir ao Parque Municipal, prestou vestibular para Educação Física numa faculdade particular de Montes Claros.
A estudante Ingrid Daniele Ferreira, de 16, disse que saiu de casa para participar do “rolezinho no parque” , curiosa para “ver como é isso” e também para fazer novos amigos“O rolezinho é muito bom até o momento que não acontece bagunça”, disse Ingrid, que levou junto o namorado, Fabrício Dias, de 20“Vim só curiosidade mesmo”, afirmou Fabrício.
A atendente Ingrid Santana Soares, de 18, participou do encontro de jovens e adolescentes e levou junto com ela a familia inteira“A minha filha ficou entusiasmada com o “rolezinho” e pediu que a gente vir com elaNenhum de nós conhece direito o que é “rolezinho”, mas esperamos que seja uma coisa boa”, contou o vigilante Ilauro Vieira Soares, pai de Ingrid
O vendedor João Carlos Vieira, de 31, visitou o Parque Municipal de Montes Claros, na tarde deste domingo, na companhia da namorada, a vendedora Carla Adriana, mas somente com o objetivo de apreciar a natureza e descansar debaixo das sombras das imensas árvores do logradouro João Carlos disse que sempre faz esse tipo de passeio aos domingos e que não se incomodou com as presenças das dezenas de jovens usando bonés e portando celulares, participantes do “rolezinho” “Descansmos normalmente, eles não incomodaram em nada”, disse o vendedorJá Carla Adriana revelou que nada atrapalhou a leitura de um livro evangélico que portava.
Outra visitante do parque, a aposentada Edna Pereira Fernandes, de 45, também disse que não importou com os grupos de adolescentes que invadiram o parqueEla afirmou que gostou de ouvir o movimento proporcionado pelo “rolezinho” “Acho que deveriam ter mais música para a gente ouvir no parque”, declarou Edna