De acordo com Coelli, no Rio de Janeiro não há uma delegacia especializada em pessoas desaparecidas, apenas um serviço instalado no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)No entanto, a polícia fluminense está interessada em aprimorar os trabalhosA delegada de BH já esteve na Assembléia Legislativa do Rio no ano passado, onde palestrou sobre as experiências de sucesso realizadas em Minas GeraisPoliciais do Rio também estiveram em Minas para conhecer os trabalhos e visitar as instalações da delegacia especializada
Em BH, os casos de desaparecimento são tratados por uma divisão, com duas delegacias especializadas – uma de localização de pessoas desaparecidas e outra específica de busca a crianças e adolescentesDe acordo com Cristina Coelli, a estrutura mineira também é fruto de mobilização social, como acontece agora no Rio“A Divisão foi reestruturada na época em que ocorreu uma série de desaparecimentos de mulheres, entre 1999 e 2000Ao todo, 43 mulheres sumiram e ainda há seis desaparecidasOutro evento que ajudou a dar visibilidade à delegacia foi o desaparecimento em série de meninos em 2006
A delegada disse que há 13 anos divulga os trabalhos realizados em Minas para todo o Brasil, com a intenção de firmar parceriasO Estado hoje tem um sistema de confronto de informações em tempo real sobre pessoas desaparecidas com o cadastro estadual“O Rio gostou desse sistema e vamos levar o conhecimento para que a Martha Rocha possa avaliar a implantaçãoEu também vou conhecer o modelo do Rio”, afirma CoelliEla cumpre agenda ao lado chefe da polícia fluminense pela manhã e depois elas almoçam juntasÀ tarde, Coelli deve se encontrar com as famílias mobilizadas pela criação da delegacia
Mais intercâmbio
A delegada destaca a importância na troca de conhecimento entre cidades e estados para tratar o caso de desaparecidos“A proposta é a gente fortalecer o sudeste, abrir os braços para outras regiõesO desaparecimento de uma pessoa não é pontual
Mobilização
Familiares de desaparecidos, junto com as ONGs Meu Rio e Rio da Paz, montaram um abaixo-assinado pela internet pedindo a criação de uma delegacia na cidade para tratar desses casos específicos“Pegamos mais de 15 mil assinaturas e tivemos dois encontros com a Martha Rocha, porque a gente quer uma delegacia no Rio nos moldes de Belo Horizonte, que é um sucesso e tem resultado”, afirma Jovita NocchiEla espera que a campanha ajude outras famílias de desaparecidos a ter esperança“O caso da Priscila teve várias denúncias, várias linhas de investigação, mas nenhuma chegou ao final”Esse é mais um dos motivos para a mãe se unir a outras pessoas pela causa“O caso de desaparecidos é muito específico, porque não é um crimeSe não tiver uma delegacia para investigar e apoiar os familiares, fica difícil”