Tiradentes - A segunda noite da competitiva e incensada Mostra Aurora no Festival de Tiradentes exibiu, nesta terça-feira, um longa de difícil classificação. O bagre africano de Ataléia, de Aline X e Gustavo Jardim, não é apenas um documentário. É uma mistura de gêneros que inclui o fantástico. O longa pode ser entendido como uma homenagem à cultura oral.
A narrativa se constrói a partir de casos de pescadores da pequena cidade de Ataléia, situada no norte de Minas. Em meio aos típicos discursos exagerados e lendários dos mais velhos, os diretores mostram como a mudança dos hábitos das novas gerações ameaça a tradição. Enquanto os mais velhos contam sobre capturas mirabolantes de bagres africanos gigantes, os mais novos pensam em comprar produtos para vender no natal. Embora o contraste apareça de forma discreta ele delineia o discurso.
Aline X e Gustavo Jardim apresentam o longa como um trabalho sobre a caça. Não se trata apenas de caça no sentido literal, mas também à imaginação elástica, a capacidade que o homem sempre teve de contar histórias e acreditar nelas. O Bagre Africano de Ataléia mistura estéticas e não se rende a velocidade do mundo contemporâneo. Vai no clima dos pescadores.
VIRTUDE - Foi disputada a entrada para a sessão de Paixão e virtude, do diretor Ricardo Miranda no Cine Teatro do Centro Cultural Yves Alves. O espaço era de fato pequeno. O longa do Rio de Janeiro foi adequadamente programado na Mostra Sui Generis, já que experimenta outros modos de contar uma história na telona. Protagonizado por Paulo Azevedo, Barbara Vida e Rose Abdallah, o longa narra a trágica história de amor presente no conto de mesmo nome do francês Gustave Flaubert.
(A repórter viajou a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes)