Jornal Estado de Minas

Volume de chuva deste mês janeiro em Belo Horizonte é o menor dos últimos 19 anos

Mês é o 14º desde 1910 com menor volume de chuva na capital, segundo o Inmet

Tiago de Holanda
Isa Bueno, Maria Tereza, Renata, Marina e Maria Sophia foram para a Praça JK se refrescar, ontem à tarde - Foto: EULER JUNIOR/EM/D.A PRESS

Muito calor, ar seco e pouca chuvaEste é o janeiro com menor índice pluviométrico nos últimos 19 anos em Belo Horizonte, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)Até essa quarta-feira, o acumulado foi de 103,9 milímetros, 35% da média histórica de 296 milímetrosAlém disso, a temperatura máxima na capital costuma girar em torno de 28,2 graus no período, mas desde o primeiro dia do ano a média está em 30,5 graus, informou o Instituto ClimatempoO resultado são desconforto e reclamações de quem tem que suportar o calor e deve se precaver, como beber mais água.

Janeiro deste ano é o 14º desde 1910 com menor volume de chuva na capital, segundo o InmetOs meses com menor índice foram em 1977 (32mm), 1953 (35mm) e 1956 (55mm)O último janeiro em que havia chovido menos que os 103,9mm de 2014 foi em 1995, quando foram registrados 90mmO baixo índice de precipitação contribui para a pouca formação de nuvens e para que o ar fique bem secoA umidade relativa neste mês está em torno de 45%, inferior à média histórica de 79%O indicador chegou a 26% em 4 de janeiroA maior temperatura foi registrada também pouco depois do réveillon, no dia 3, com 33,6 graus
O recorde para o mês ocorreu em 1988: 35,4 graus.

Segundo meteorologistas do Instituto Climatempo, o principal motivo do tempo atípico é uma espécie de bolha quente instalada desde dezembro no Oceano Atlântico, entre a região Sul do Brasil e a África do SulAs frentes frias vindas da Argentina que poderiam causar mais chuva e refrescar o tempo esbarram nesse obstáculo e não sobem para o SudesteO fato de as frentes frias não conseguirem avançar intensifica uma massa de ar quente e seco formada nos últimos dias sobre o SudesteEssa massa é um sistema de alta pressão que empurra o ar para baixo não deixa as nuvens se avolumaremA chuva só voltará a se tornar regular no fim de fevereiro, prevê o Climatempo.

DOR DE CABEÇA O calor e a secura atormentam a estudante de administração Marina Minardi Rabelo, de 19 anos“Ás vezes, fico com muita dor de cabeça, principalmente no fim da tardeÀ noite, sinto muita dificuldade para dormir, mesmo com o ar-condicionado ligadoEu me levanto, vou beber água, visto um pijama mais fresco”, conta“O ar está tão seco que outro dia meu nariz sangrou, o que nunca tinha acontecido”, acrescenta.

Para amenizar o calor, Marina foi para a Praça JK, no Bairro Sion, Centro-Sul de BH, ontem à tardeEla estava acompanhada da irmã Maria Sophia Rabelo, de 8, da avó, Ely Ramos Minardi, de 71, e uma tia, Renata Minardi, de 42, da filha de Renata, Maria Tereza Minardi, de 8, e de uma amiguinha de Maria Tereza, Isa Bueno, de 8
“A gente liga o purificador de ar, o que ameniza um poucoMas dia desses botei também um balde com água porque estava ruim demaisAs meninas adoram tomar banho na piscina do prédioA gente procura beber bastante água”, disse Renata, empresária.

A advogada Juliana Loyola, de 37, e a filha, Helena Loyola, de 13, recorreram ao sorvete para se refrescarNas noites mais quentes, Juliana também sente dificuldade para dormir“Deito e começo a suarMe levanto, bebo água ou suco e me deito de novoÀ tarde dá uma sensação de cansaço”, disse a mãe“Ás vezes sinto dor de cabeça por causa do calor”, disse a garota“A gente evita sair de casa nos horários mais quentes e ingere bastante líquido”, contou Juliana.