Silêncio provocado por medoA guerra entre facções criminosas que controlam o tráfico de drogas no Aglomerado da Serra já fez vítimas, obrigou comerciantes a fechar suas portas, resultou em viaturas policiais alvejadas e agora deixa os moradores com medoNessa quinta-feira, duas rajadas de disparos de armas automáticas foram feitos próximo à Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) da Serra, inaugurada há uma semanaO aglomerado é o maior conjunto de favelas de Belo Horizonte, com cerca de 200 mil habitantesDe acordo com policiais da unidade, os tiros são demonstrações de força entre os grupos e também uma forma de intimidar quem por ventura pense em colaborar com a AispNo fim da manhã, policiais militares prenderam três pessoas e apreenderam vasto material em um barracão do beco Flor D’Água.
Denúncias anônimas davam conta de que bandidos estariam circulando armados na região e, durante a abordagem, os policiais encontraram mais de 1 mil pedras de crack, cerca de 100 munições de pistola calibre 9 milímetros, uma banana de dinamite e um colete à prova de balas nível 3, usado para proteção contra tiros de fuzilDois homens e uma mulher foram levados à delegacia por conta da relação com o material
Enquanto os militares faziam levantamentos e trabalhavam na ocorrência na Aisp, duas rajadas de tiros foram ouvidos e assustaram quem estava no localSegundo o capitão Otniel Ori Silva, do Batalhão Rotam, criminosos atiraram a esmo para tentar atrapalhar o trabalho da PM e mudar o foco dos militaresCerca de 50 tiros foram disparados, mas ninguém ficou feridoOntem, pelo segundo dia consecutivo, o policiamento foi reforçado na
Segundo a polícia a guerra entre as quadrilhas teve mais um capítulo depois que um traficante de apelido Bil foi solto recentemente e armou seus comparsas para retomar suas bocas de fumoNas ruas as pessoas preferiam não comentar sobre a violência“O clima está tenso aqui mesmoA gente não sabe se à noite vai ter guerra (entre os traficantes), por isso evitamos ficar na rua”, disse um morador de 43 anos, que pediu para não ser identificadoO funcionamento da Aisp ainda não é plenoSegundo os policiais que atuam na unidade, são apenas quatro militares por turno, mas não há nenhum policial civil ou representantes da Defensoria Pública“As pessoas não estão vindo denunciarAinda não sentiram confiança no nosso trabalhoOs bandidos aproveitam para botar medo e intimidar para manterem seu poder”, admitiu um dos policiais.