Após uma semana de polêmica envolvendo a suspensão das missas celebradas pelo frei Cláudio van Balen, o religioso estará de volta ao altar da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Bairro do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em reunião na noite desta segunda-feira, a Província Carmelita de Santo Elias, responsável pela paróquia, decidiu que o frei de 80 anos voltará a presidir a missa das 19h, às sextas-feiras, e as de domingo, realizada às 11h. O cancelamento das celebrações, ordenado pela Arquidiocese da capital, aconteceu um dia após uma confusão envolvendo de fiéis ligados ao frei, no último dia 26.
O retorno do frei holandês já acontece nesta sexta-feira. A decisão veio após uma reunião entre os superiores da ordem e o frei. Após o encontro, o pároco frei Evaldo Xavier Gomes, recém-eleito para provincial da Ordem Carmelita, disse que a suspensão era temporária e que já comunicou o retorno de Frei Cláudio às autoridades diocesanas.
O frei Evaldo Xavier, em nota, divulgou que, diante da 'nota de esclarecimento' divulgada pela Arquidiocese de Belo Horizonte, que informa que “se reconhece ser a responsabilidade dos freis a definição de horários de missas e seus celebrantes”, a Província Carmelita disse estar “em sintonia com esse conteúdo e concorda com a permanência do frei no altar”.
Entenda a confusão
No dia 26, cerca de 900 fiéis impediram a realização da missa das 11h – tradicionalmente rezada pelo frei Cláudio van Balen – porque ele não estava presente. Frei Cláudio estava ausente porque a celebração marcaria a transferência do cargo de pároco da Igreja do Carmo para o padre Wilson Fernandes, de 31. Ele substitui frei Evaldo Xavier, de 47, eleito na quinta-feira para provincial da Ordem Carmelita, à qual pertence a paróquia.
De acordo com a Arquidiocese de Belo Horizonte, frei Cláudio apenas não comandaria a missa que gerou a confusão. Entretanto, fiéis que temiam que ele deixasse de celebrar na igreja, já que ele vem sendo afastado de suas atividades por ter ideias consideradas conflitantes com as de seus superiores, protestaram.
Em entrevista ao Estado de Minas, frei Cláudio disse que não incitou fiéis a realizarem o protesto e chegou a dizer que a decisão da Ordem carmelita de suspender suas missas tinha sido uma atitud autoritária e sem diálogo.
(Com Valquiria Lopes)