Um impasse na abertura da 4ª Conferência Municipal de Política Urbana levou à suspensão da plenária nessa segunda-feira à noite, depois de cerca de uma hora de intensos debates. Um grupo de participantes queria que o regimento do encontro, que já havia sido definido previamente, fosse colocado em pauta para revisão, o que não foi acatado pela mesa diretora. Sem consenso, o presidente do Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur), Custódio Mattos, que dirigia os trabalhos decidiu suspender a reunião, onde seria lido o regimento e apresentada a conferência. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento, que responde pela área, disse que o cronograma seguirá normalmente, apesar de a abertura oficial da conferência ter sido suspensa.
Na conferência, moradores, empresários e técnicos indicarão as mudanças nas feições da cidade nos próximos anos. As discussões, que deveriam ter ocorrido no ano passado, têm previsão de prosseguir até maio, quando 243 delegados a serem eleitos votam alterações no Plano Diretor e na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo. Sem dar detalhes, a prefeitura adianta que vai defender propostas para estimular a formação de centros comerciais e de serviço fora do hipercentro, para verticalizar algumas áreas e frear o adensamento de outras, além de ajustar as regras em áreas de diretrizes especiais (ADEs).
Embora não esteja na pauta oficial da conferência, uma das principais preocupações dos participantes é conhecer a fundo a operação urbana consorciada Nova BH, que propõe uma renovação imobiliária nos eixos das avenidas Antônio Carlos/Pedro I e Andradas/Tereza Cristina/Via Expressa. O projeto do Executivo municipal foi aprovado na semana passada Compur. “Muitos bairros poderão ser afetados por esse projeto e ninguém sabe em que ele consiste”, afirma o coordenador do Movimento das Associações de Moradores de BH, Fernando Santana.