A Polícia Civil ouviu sete testemunhas da ação de vândalos que destruíram quatro ônibus na manhã desta terça-feira em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As imagens do circuito interno dos veículos seriam analisadas pelos investigadores nesta tarde, porém a empresa responsável pelos coletivos afirmou que as câmeras foram danificadas com os atos. Dois homens que disseram ser fiscais e agrediram um adolescente, situação que provocou a ira dos moradores, ainda não foram identificados.
A situação começou no início da manhã desta terça-feira. Os veículos estavam estacionados na Avenida Felipe Gabrich, no Bairro Santa Matilde, onde fica o ponto final dos coletivos das linhas 4390 (Córrego das Calcadas/Belo Horizonte. Via Avenida Antônio Carlos) e 4445 (Córrego das Calcadas/Belo Horizonte. Via BR-381 Estação Gabriel). A PM foi acionada às 6h30 para acalmar os ânimos. Revoltados, os moradores denunciaram a ação violenta de um fiscal que opera o transporte na região. Segundo os passageiros, um adolescente de 16 anos entrou no ônibus lotado e pulou a roleta porque não havia condições de passar com tranquilidade. Muitas pessoas estavam pagando com cartão, o que causou lentidão na entrada perto do ponto final. O menor saltou para agilizar a fila, mas segundo os moradores, ele pagaria a passagem. Eles alegam que é um rapaz direito e jamais sairia sem acertar a tarifa.
Dentro do coletivo, estavam dois fiscais responsáveis pela regulação do transporte. De acordo com os moradores, um fiscal pegou o menor e deu tapas no rosto dele dizendo que o ensinaria a entrar no ônibus. Assim, desceu com o adolescente e entrou novamente no veículo como se fosse dar uma lição. “Em depoimento as testemunhas afirmaram que um dos homens chegou a sacar uma arma dentro do coletivo para intimidar o adolescente. Também há suspeito de que o outro estava armado”, explica a delegada de plantão Bianca Santos Fé Prado Wanderley
Após a agressão, as pessoas desceram revoltadas com a violência e queimaram o coletivo. Além disso, apedrejaram outros três ônibus, minutos depois da confusão. A Polícia Civil investiga dois crimes. A lesão corporal contra o adolescente e o crime contra o patrimônio da empresa. Nenhum dos suspeitos foi identificado. “Ainda não conseguimos levantar o vínculo dos homens que se identificaram como fiscais com a empresa, pois todos os motoristas negaram conhecê-los”, afirma a delegada.
Os policiais chegaram a ir na empresa responsável pelos ônibus para analisar as imagens das câmeras do circuito interno dos veículos. Porém, não tiveram acesso. “A empresa alegou que todas as câmeras foram danificadas nos ataques”, conta Bianca Santos. Nesta quarta-feira, o caso será repassado para a 2ª Delegacia de Santa Luzia, que vai fazer novos levantamentos.