Moradores da Ocupação Rosa Leão liberaram três pistas da Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte na noite desta terça-feira, em direção ao Bairro Mangabeiras após oito horas de interdição. A via ficou totalmente fechada das 11h até às 19h, segundo a BHTrans. O grupo, que vive em um terreno na comunidade Zilah Spósito, no Bairro Jaqueline, pedem a presença do prefeito Marcio Lacerda (PSB) em uma reunião que vai tratar sobre os assentamentos. A Prefeitura afirmou que um representante participará do encontro.
Ao todo, 150 pessoas montaram barracas na Avenida Afonso Pena em frente a Prefeitura. As famílias impediram o trânsito no sentido Rodoviária / Bairro Mangabeiras. No início, crianças e adultos do grupo deram as mãos para desviar os veículos. O trânsito foi todo desviado para a Rua da Bahia. Agentes da BHTrans e da Guarda Municipal fizeram o monitoramento na região. A tropa de choque da Polícia Militar esteve no local e acompanhou o protesto. Não houve tumulto.
O trânsito ficou congestionado durante toda a tarde. Foram registradas retenções na Avenida Afonso Pena em direção a rodoviária, na Rua São Paulo, Avenida dos Andradas em frente a Praça da Estação, na Avenida Bias Fortes, entre as praças da Liberdade e Raul Soares, no cruzamento da Contorno com Getúlio Vargas, e na Avenida Pedro II com Elevado Castelo Branco em direção ao Centro.
As famílias não aceitam ser despejadas do local que ocuparam há quase três anos. Cerca de 1,2 mil pessoas (300 famílias) vivem em terrenos particulares, da prefeitura e em parte de uma área de proteção permanente (APP). Elas pedem o prefeito Marcio Lacerda (PSB) participe de uma reunião marcada para esta quarta-feira, às 10h, em que será reaberto diálogo sobre a ocupação com governo de Minas. O grupo representa ainda outras duas ocupações - Esperança e Vitória – que também estão prestes as ser despejadas em cumprimento de reintegração de posse.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que um representante do órgão estará presente na reunião na próxima quarta-feira, às 10h, na sede da Secretaria de Defesa Social, localizada no Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais. Informou também que respeita manifestações, mas lamenta o fato de que pouco mais de 100 pessoas tenham causado transtornos no trânsito e prejudicado o direito de ir e vir da imensa população.